Um grupo de patinadoras de Florianópolis está em busca de ajuda para participar do campeonato mundial da modalidade em Assunção, no Paraguai. As atletas já fizeram rifas, vendem bolo de pote e agora estão organizando uma ‘vakinha’ na internet.

A rotina das atletas de alta performance é puxada. As aulas acontecem cinco vezes por semana, cada uma delas com duração de quatro horas. “É cansativo, mas vale a pena porque, além de ter a experiência do campeonato mundial, a gente tem muitas amizades. A gente vem treinando todo final de semana e, em Lageado, também a gente treina durante a semana”, contou a atleta Julia Colling, de 19 anos.
A técnica da equipe, Maria de Fátima Rodrigues, é patinadora desde os 8 anos de idade. Em 2010, participou do mundial em Portugal, junto a delegação brasileira, e também de campeonatos sul-americanos. Agora, dedica todo seu conhecimento para essas jovens e adolescentes.
Segundo Maria de Fátima, os treinos são “bem intensos”. “A gente tá treinando cinco vezes na semana, segundas, quartas e sextas, sábados e domingos. Então, a gente tá com um volume de treino e uma intensidade bem alta”, completou a técnica.
Júlia e Ellen Horn, de 24 anos, moram no Rio Grande do Sul e vêm todos os finais de semana a Florianópolis para treinar com o grupo de mais de 20 atletas. “A gente fez essa bandejinha lá para ajudar nos custos que a gente tem com as viagens até aqui para treinar”, disse a também atleta Ellen.
É preciso muita disciplina nas quadras e fora delas também. Jaqueline Rosa da Silveira, que é mãe de duas das atletas, sabe bem disso. “Tem que ter muita disciplina porque tem que conciliar o colégio e o esporte. A vida delas hoje basicamente é só isso”, afirmou ela.
Para a atleta Letícia Silveira, de 17 anos, “é um combo. Tem que cuidar de alimentação, sono, tudo envolve, é muita dedicação e persistência para sair tudo como o planejado”.
Disciplinadas e velozes para alçar voos muito maiores. A equipe é campeã brasileira nas modalidades ‘grupo de show sênior’ e ‘quarteto internacional cadete’ e vice-campeã no ‘quarteto internacional sênior’, em 2020. Este ano, o grupo ficou em primeiro lugar no ‘grupo de show sênior’.
O próximo grande desafio dessas atletas será entre os dias 29 deste mês e 9 de outubro. É o campeonato mundial em Assunção, no Paraguai. E além de treinar muito, elas também suam a camisa para conseguir recursos e chegar à competição.
“A gente fez a ‘vakinha’ porque são muitos gastos. E, com isso, a gente não tá tendo o dinheiro suficiente. A gente vende bolo de pote, a gente já fez rifa, várias coisas assim”, explicou a atleta Beatriz Silveira, de 14 anos.
Além das vendas de doces, as patinadoras criaram uma vaquinha online, mas a arrecadação ainda está bem abaixo do necessário.
Segundo Maria de Fátima, “é tudo custeado pelos pais e tem muitos pais, muitas famílias que acabam não tendo condições de bancar isso tudo. A nossa ‘vakinha’ tá com 20% só do valor total que precisa ainda. Então, tá faltando ainda 80% do valor”.
Juntas elas combinam foco, força, ritmo e sincronia. Mas o alicerce é o objetivo que todas têm em comum.
“Todo mundo que começa na patinação na competição sonha com isso, com esse auge que é chegar no mundial. E a gente tá tendo essa possibilidade, ainda mais compartilhar todo mundo junto. Eu acho que não é uma pessoa que vai ajudar, é uma soma de pessoas que vão ajudar 23 sonhos”, falou Ellen.
Para contribuir, os interessados devem ar o link vaka.me/2345237.
Saiba como ajudar o grupo de patinação na reportagem do Balanço Geral Florianópolis!