Com apenas 16 anos de idade, Beatriz Linhares da Silva já tem uma vida e responsabilidades de gente grande. Nascida em Florianópolis, a jovem conquistou três medalhas nos Jogos Pan-Americanos de Lima na ginástica rítmica.

Sob influência de uma vizinha, a jovem começou na ginástica aos nove anos. Enquanto brincava em casa com sua vizinha, que já praticava a ginástica rítmica, a garota chamou Beatriz pra fazer um teste e conhecer a ginástica. O teste foi feito e Beatriz nunca mais parou.
O início foi na escolinha do Catarinense, e pouco tempo depois, já estava treinando com o grupo de ginástica da Adiee/Udesc (Assossiação Desportiva do Instituto Estadual de Educação).
Atualmente cursando o 2º ano do ensino médio, a jovem afirma que a rotina é bastante puxada, não sendo fácil conciliar os treinos e os estudos. Mas, a dificuldade não a faz desanimar de continuar os estudos. Após concluir o ensino médio, Beatriz pretende cursar faculdade de fisioterapia ou alguma outra profissão ligada ao esporte, mas sem abandonar os treinos, é claro.
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“Conciliar os treinos e o estudo é difícil, mas a gente acaba conseguindo. Estudo de manhã, duas horas por dia, e depois eu e as outras meninas da equipe vamos para o ginásio. Temos um intervalo para o almoço e depois voltamos para mais um período de treinos. Também temos um período de treino aos sábados. É uma rotina puxada”, afirmou a jovem.
As “outras meninas” que Beatriz se refere, são suas companheiras de seleção brasileira. Desde o começo de 2019 a jovem florianopolitana se mudou para a cidade de Aracaju (SE) para se integrar à seleção e treinar no Centro Nacional de Treinamento de Ginástica Rítmica.
Uma das principais dificuldades que a mudança de estado causou à jovem foi a distância e saudade da família, mas o esforço pelo sonho olímpico vale a pena. A tecnologia também ajuda para amenizar a saudade.
“Quando estou em Aracaju falo com minha família o tempo todo, a gente fala bastante por chamadas de vídeo para tentar diminuir a saudade. Não consigo matar totalmente a saudade, mas já ajuda um pouco e assim a gente vai. Normalmente consigo voltar para Florianópolis depois das competições”, contou à reportagem do ND+.
Pan-Americano e o sonho Olímpico 6h6z29
Na edição dos Jogos Pan-Americanos de Lima, Beatriz mostrou que todo o esforço, sacrifício e a distância da família valeram a pena. A jovem catarinense voltou ao Brasil com três medalhas na bagagem.

Foram duas medalhas de bronze – nas provas de conjunto de cinco bolas e geral de conjuntos – até finalmente chegar o tão sonhado ouro, na prova de conjunto misto. Para a jovem, o segredo para conquistar a medalha de ouro foi não se abater e desanimar com as medalhes de bronze, que já eram um resultado excepcional.
“A gente queria muito sair de Lima com o ouro. Tentamos entrar na competição de conjunto misto renovadas, sem colocar muita pressão. Tentamos esquecer todo o resto e focar apenas naquela prova que estava por vir”.
Agora, com o objetivo alcançado no Pan-Americano, as atenções se voltam para as Olimpíadas de Tóquio, em 2020. A medalha de ouro no Pan ainda não garante a participação da seleção nas Olimpíadas. As competições que dão a tão sonhada vaga são o Campeonato Mundial, realizado de 20 a 22 de setembro em Baku, no Azerbaijão e depois o Pré-Olímpico, que será realizado em 2020 nos Estados Unidos.
“A gente tá trabalhando para isso (conseguir a classificação para as Olimpíadas), batalhando bastante, o nosso maior sonho é as Olimpíadas. Estamos nos preparando para estar lá e conseguir o resultado desejado”, contou Beatriz.
Antes do Campeonato Mundial em Baku, a seleção brasileira ainda participa de outras três competições que podem servir como preparação. De 27 de agosto a 1 de setembro, o desafio é em Melgar na Colômbia, onde acontece o Campeonato Sul-Americano.
Depois da participação na Colômbia, e sem tempo para descansar, a equipe brasileira já embarca para a Europa onde disputa duas etapas da Copa do Mundo no início de setembro. A primeira etapa acontece em Kazan, na Rússia e a sequência é em Portugal, na cidade de Portimão. De lá a equipe finalmente segue para Baku, onde busca garantir a classificação para as Olimpíadas.