Você conhece os personagens da rede municipal de educação? 194v42

Composta por profissionais que usam a arte para educar, os personagens são inspiradas nos livros e na cultura manezinha 393g5h

Sabe aquela emoção de escolher o espetáculo, comprar o ingresso e aguardar a ida ao teatro? Aquela adrenalina que antecede os dias da apresentação? O sentimento foi vivenciado na Escola Básica Municipal (EBM) Costa da Lagoa pelas crianças que assistiram a contação de histórias feita por um dos personagens, o Vô Zeca.  A diferença é que a turma não precisou sair da unidade para apreciar a exibição.

O Vô Zeca é um dos personagens da rede municipal de educação de FlorianópolisO Vô Zeca é um dos personagens da rede municipal de educação de Florianópolis – Foto: Ana Caroline Arjonas

Em poucos minutos, o local se transformou no espaço idealizado pelo auxiliar de sala Eduardo Tasca. Utilizando caixas, lenços, livros e bonecos para transportar os pequenos para dentro dos livros “O Caco Não Lava o Pé”, “Pedro Vira Porco-Espinho” e “Dudu e a Caixa”, as crianças entraram na brincadeira.

Os conteúdos foram selecionados com o objetivo de transmitir ensinamentos, incluindo o cuidado com a higiene, no caso do Caco; a atenção aos sentimentos, com o Pedro; e a sustentabilidade e criatividade, palavras-chave na vida de Dudu.

Mais do que a risada e os abraços no fim do espetáculo, os ganhos também refletem no desenvolvimento. “Acredito que o teatro é essencial na formação do indivíduo. Sou prova viva disso. Eu era uma criança muito tímida e quando fui para o palco perdi toda a minha timidez”, conta Eduardo.

Por mais que a exibição na rede municipal de Florianópolis tenha começado neste ano, o Vô Zeca é fruto das apresentações na Trupe da Alegria, projeto que oferece formação continuada aos professores que desejam ampliar os conhecimentos na linguagem teatral. A inspiração para dar origem ao idoso que usa suspensório e sandálias partiu dos livros.

Para Eduardo, que faz teatro desde os 12 anos, a encenação é significativa. “A interação social, o desenvolvimento das crianças, trazer a arte para dentro da escola, o teatro, que é uma coisa que muitos não têm o”, diz o educador, que usa a experiência para incentivar a leitura.

Mocotinha e o Lobo Mau 512q2s

A professora da Educação Infantil e integrante da Trupe da Alegria Danielle Jorge Horn é responsável por dar vida à Mocotinha e ao Lobo Mau.

A primeira personagem surgiu durante uma festa açoriana, com o intuito de fazer a comunicação entre as famílias e a comunidade escolar — o sotaque manezinho foi treinado para criar identificação com o público. A segunda figura surgiu nos encontros da trupe, durante a “Fantástica Exposição do Zeca”.

Seja na escola ou no Núcleo de Educação Infantil Municipal (Neim), a Mocotinha ficou conhecida por compartilhar os contos de Florianópolis, incluindo a história da Praia de Itaguaçu e da Lagoa do Peri. A mulher está presente em alguns recados em vídeo que são enviados aos pais. O Lobo Mau é chamado quando os encontros abordam a literatura.

Para a professora, que sempre gostou de teatro, esse método é importante. “Conseguimos abordar vários temas por meio da linguagem teatral e é uma forma muito lúdica de aprender e de socializar.”

A ida até as unidades é pensada de acordo com as solicitações e disponibilidade. A  proximidade com o assunto é levada em consideração — em alguns casos é possível adaptar os contos. Danielle também interpreta outros papéis, criados por professores que participam da formação em teatro.

Palhaço Tortelini 11s26

Com o objetivo de integrar as aulas de artes, auxiliando o professor, o Palhaço Tortelini visita os estudantes do Ensino Fundamental. O personagem, que foi criado pelo educador e doutor em teatro Sandro Piacentini, ganhou destaque após uma apresentação, que contou com a interação do público logo na primeira exibição.

O cômico sempre fez parte da abordagem pedagógica, com a criação de personagens para construir vínculos em sala de aula.

“A alegria e o humor, derivados da comicidade, do ato de rir, são fatores de socialização, cooperação, igualdade, oportunidade, descontração e atenção. Proporcionam um empoderamento da alegria (capacidade de proporcionar riso e alegria no outro) e auxiliam na autoestima do estudante, que vai refletir indiretamente no aprendizado e na capacidade de interpretação da realidade através da fantasia”, declara Sandro.

Usando a ludicidade para incentivar a imaginação, o Palhaço Tortelini é capaz de improvisar em assuntos do cotidiano ou na contação de histórias, dependendo do objetivo e dos desejos de cada turma.

“Por meio da improvisação e do jogo que é proposto pelo tema, o estudante se concentra na cena, na criação instantânea e na memorização do que está sendo construído. Como benefício tem um aumento na sua capacidade de síntese, de apreensão dos conteúdos, de atenção e de interpretação, que servem tanto para a cena quanto para assimilação de conteúdos diversos”, explica o educador.

Um dos momentos mais marcantes foi vivenciado quando uma mãe disse que a filha se sentia poderosa durante a aula, que era capaz de tudo — a menina sofre com problemas congênitos de locomoção e fala.

Chiquinha 3jsv

Com trajes chamativos, adereços e uma fala que une o dialeto manezinho e o do Oeste catarinense, Fabricia Luiz Souza interpreta Chiquinha. O nome surgiu da junção do chique e da meiguice, duas características da figura. Participante das festas culturais e eventos que contam com a participação dos familiares, o traço principal é o improviso.

A personagem nasceu em 2006, fruto de uma encenação. “O vestido tinha adquirido no brechó. Como característica da festa junina, tinha ‘os dentes da frente estragados’. Meu cabelo estava um pouco curto e ao fazer duas ‘marias-chiquinhas’ fiquei parecida com aquela chiquinha da TV”, conta a educadora.

A garota ou a ser presença garantida nos encontros com as crianças e famílias do Neim Paulo Michels. Com a mudança de unidade, em 2008, Chiquinha ou a ser chamada em feiras do livro, reuniões e unidades educativas. A interação é pautada no vínculo e na cultura local, com trocas e ludicidade.

Trupe da Alegria 335ja

O projeto surgiu em 2010, durante a pesquisa de mestrado de Diego de Medeiros Pereira, atual coordenador.

“O grupo tem essa proposta, tanto de formação continuada para esses profissionais, quanto ser o espaço de criação de espetáculos para crianças, quanto contribuir na formação de público, uma vez que os espetáculos são criados junto com professores, no processo colaborativo”, menciona o idealizador.

Outro diferencial é que as encenações são apresentadas na rede municipal de Florianópolis, começando pelas unidades educativas em que os participantes trabalham.

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