Em um tempo não muito distante, quase tudo o que fazíamos na internet podia ser bisbilhotado – e era, como mostra o documentário “O Dilema das Redes”. Muitas dessas informações traçam padrões de comportamento e os costumes de cada usuário, mapeando de forma automatizada os chamados cookies (uma referência àquele tipo de bolacha com gota de chocolate que você já deve ter provado). Assim, são utilizadas para lembrar essas informações e melhorar – ou não – a experiência do usuário.

Em meados dos anos 90, era usado para armazenar informações básicas que seriam utilizadas recorrentemente, como um ou outras coisas que podem melhorar a experiência dos usuários.
Porém, com o tempo, empresas de marketing, sites de vendas e outras plataformas diferentes do site original usavam cookies para rastrear os hábitos das pessoas e tentar vender produtos por meio de anúncios direcionados, ou seja: a quebra da sua privacidade era usada para propaganda. Além disso, tinham também programadores maliciosos que usavam cookies para coletar informações em golpes e outras fraudes.
Com essa prática se tornando cada vez mais invasiva, a União Europeia implementou, em 2018, as novas diretrizes de proteção de dados. Processo semelhante ocorreu aqui no Brasil, meses depois, com a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD). Com isso, cada novo site que a gente a ou a exibir um aviso, seguido de uma pergunta: “Utilizamos cookies para analisar e personalizar conteúdos e anúncios em nossa plataforma e em serviços de terceiros (…) aceitar ou rejeitar?”
Não é tão simples v1l6t
Você pode pensar: “Não parece nada de mais, né?! Afinal, esses cookies estão querendo ajudar a ter uma experiência com a minha cara, mostrando as coisas que eu gosto, por que não aceitar?! São só informações bobas do que eu vejo na internet”. Infelizmente, não é tão fácil assim.
Há uma frase popular do jornalista inglês Andy Lewis, antes até da internet, que diz que “quando você não paga por um produto, o produto é você”. Embora tenha exceções, nesse caso dos cookies é verdade.
Seus hábitos na internet viram informação valiosíssima para vender algo de volta para você, por isso os cookies vão observando o que você gosta de visitar, quais produtos chamam mais a sua atenção, qual conteúdo você curte ou compartilha, qual o tipo de busca você faz no Google e assim vai traçando um perfil para vender para você algo quando tiver a oportunidade.
Então, o que fazer? 2x4q5g
A primeira coisa é ter um bom bloqueador de anúncios e pop-ups (aquelas janelas que abrem sem a gente pedir) no seu navegador. Isso é essencial para se ter uma navegação mais agradável, sem interrupção e até com menos riscos aos aparelhos – seja celular, computador ou tablet. Nessa linha, tem várias opções boas e gratuitas como o AdBlock, CyberGhost, AdLock, entre outros.
Já sobre a famosa pergunta “aceitar ou rejeitar os cookies deste site?”, a resposta é: depende. Você quer que grandes empresas saibam o que você está fazendo para, depois, impulsionar anúncios ou direcionar conteúdos pagos que sejam do seu interesse, influenciando e conduzindo suas escolhas? Ou você só quer escolher o que está a fim e seguir sua navegação?
Alguns cookies são essenciais e não temos como rejeitá-los, mas isso é possível, sim, com os demais. Para isso basta tirar alguns segundos para ler com calma aquela janelinha que surge a cada site novo que você visita, ler as opções e rejeitar (ou não). É uma escolha que é sua – crescer também se trata disso –, mas que pode influenciar na segurança das suas informações. Será que vale o risco?