A importância de conectar gerações e de compreender que ninguém sabe tanto que não possa aprender e nem tão pouco que não possa ensinar marcou o Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) Isabel Flores Pagani. E tudo nasceu a partir de uma situação, quando um idoso chegou à unidade de ensino para buscar seu neto.

A equipe mobilizou as turmas para realizar o projeto “Interação com a Melhor Idade”. As professoras observaram que algumas crianças debateram sobre a cena e uma delas enfatizou com voz firme: “É um velho, sim. Ele tem o cabelo branco”. A equipe atuou com tema gerador na reunião pedagógica e o assunto foi levado em consideração e iniciou-se a busca para a inclusão.
De acordo com a diretora Jucely Martins, as professoras e monitoras desenvolveram o objetivo de promover o respeito, a compreensão e a valorização das relações com pessoas idosas.
“O projeto ‘Interação com a melhor idade’ na Educação Infantil surge com a importância de proporcionar interações, apreciando a companhia da pessoa idosa, ouvindo suas histórias de vida para atingir a sensibilização do papel de cidadão que respeita e ira suas vivências”, detalha a diretora.
Principais formas de violência doméstica contra idoso 381n57
Este projeto vai além de proporcionar momentos de interação entre crianças e idoso, reunindo gerações, e confortar e alegrar o coração de quem tanto contribuiu com a sociedade.
Visa também conscientizar para combater a violência doméstica contra os idosos, que am pela negligência e abandono, ignorância, violência financeira, violência física e psicológica.
Visitando o Lar de Idosos 5g1n
Atendendo 32 crianças, na visita ao Lar de Idosos no bairro Gravatá, em Navegantes, as crianças entrevistaram os idosos e aram uma tarde acompanhando as histórias dos mais velhos.
De acordo com a professora Andreia Ferreira, a estratégia pedagógica possibilitou despertar nas crianças carinho e afeto pelo idoso. “Foi uma viagem no tempo, onde nós produzimos um material impresso com todos os relatos registrados que foram gravados para depois serem transcritos”, relata.
A professora desenvolveu um livreto ilustrado pelos próprios alunos contando os relatos das pessoas da melhor idade, como é o caso da dona Dulcineia, de 63 anos, que contou sobre um navio que viu pegar fogo no Rio Itajaí-Açu quando ela tinha 12 anos.
“O céu ficou vermelho e fiquei muito assustada. Um conselho que eu deixo é que todos estudem, tenham uma profissão e sejam uma pessoa do bem, seja honesto e siga o caminho correto”, declara Dulcineia. As palavras da idosa foram registradas nas páginas do livreto e ilustradas por Pedro Henrique Paust, de 5 anos e 5 meses, que desenhou uma cena de fogo em um navio.
Uma jovem senhora na melhor idade 6i5e2q

Neide Maria Bortolato, diretora no Centro Educacional Municipal (CEM) Professora Idília Machado Ferreira, visitou a turminha de alunos do CMEI Isabel Flores Pagani. Na ocasião, as crianças puderam ter uma roda de conversa com a convidada, também conhecida como Tia Neide.
“As próprias perguntas eram feitas pelas crianças e me chamou atenção não saberem o nome dos avós e pais, porque acabam chamando apenas por esse vocativo”, narra Tia Neide, que contou fatos e lembrou do pai, que dá nome à rua principal do bairro Pedreiras, que a em frente às escolas.
“Ele foi um defensor da educação, foi um trabalhador rural, um agricultor da roça, tinha engenho de farinha e carro de boi, essas coisas que a minha geração viu de perto e sempre se acostumou. Ele doou terrenos para a construção de escolas aqui no bairro. Eu vejo que nós e as crianças temos muito mais hoje em dia, mais o, por isso precisamos valorizar mais o nosso dia a dia”, completa Tia Neide.
Aproximando gerações 3f2728
As professoras Cleide das Neves Silva e Eliane Marisa Moneretto também se inspiraram na ideia e estão em fase de organização do livreto “Apreciando histórias”, que vai registrar a proposta de encontro das crianças com os avós e idosos da própria família. Os pais podem registrar no caderno relatos desses encontros realizados em casa.
Para a professora Cleide, essa proposta virou um momento em que os adultos também se tornam mais próximos das crianças. “O foco está na criança e ouvir e também se dirigir a ela com relato de histórias, evitando o uso de celulares de forma espontânea”, destaca.
A professora Eliane também ressaltou a necessidade de momentos como esse. “Os próprios pais vivenciaram algum momento com os idosos, proporcionando momentos bons e de valorização à família.”
Fatos e feitos na história 5z4k8
A professora Luciana dos os envolveu os alunos no projeto que trabalha com fatos históricos, fotografias e objetos antigos. “Nós trabalhamos com entrevistas, objetos antigos, fotos antigas e fatos históricos. Vamos fazer um café para registrar o momento do convívio dos idosos com as crianças”, adianta.
O café proporcionará uma roda de conversa com os idosos da comunidade e de fora. “Assim teremos os relatos das histórias e das vivências que serão compartilhadas com as crianças e que, de alguma forma, ficarão marcadas e registradas no tempo”, ressalta Luciana.
Percepção das crianças sobre a melhor idade 5e2n6g

A aluna Giovana Cristine Iaginski adorou conversar com os idosos quando visitou o Lar de Idosos do Gravatá. “O mais legal foi perguntar do que elas brincavam quando eram crianças e descobrir como se divertiam e conhecemos muitas brincadeiras”, relata.
O aluno João Lucas dos Santos Soares conta que ficou surpreso com as histórias que descobriu. “Ouvimos sobre a história que o senhor, quando era criança, caiu do pé de ameixa e ficou sem voz e sem ar”, conta.
O aluno Daniel Augusto Germano Prust sentiu a emoção dos idosos em seus relatos e a memória viva com detalhes dos acontecimentos antigos. “A minha bisa contou a história que o namorado morreu”, revela.
A aluna Hayla Ramos da Luz destaca que antes tinha medo de conversar com os idosos. “Agora eu sinto que são legais. Minha avó conta que trabalhava com plantação de mandioca”, descreve.
Estimulando a criatividade kd3d
Para a diretora Jucely Martins, toda essa iniciativa estimula a criatividade das crianças. “Todas elas elaboraram e fizeram as perguntas interagindo diretamente com os idosos. Essa foi a nossa ideia principal, colocar as gerações para interagir. Na casa de repouso, os idosos se alegraram pela presença das crianças”, avalia.
A supervisora escolar, Marilucia Tormen Criveletto, conta que foi um momento de aprendizado para todos, especialmente as crianças. “Todos tivemos a oportunidade de rever conceitos e parar para dar atenção a quem tanto já contribuiu com a sociedade. Foi momento de saber ouvir as crianças e os idosos, foram muitas surpresas e dicas recebidas no caminho. Sou muito grata em estar no meio da equipe mediadora do desenvolvimento dessas crianças”, registra.