Após uma longa negociação com o governo, professores e servidores técnicos de institutos federais decidiram no sábado (22) pelo fim da greve. A mobilização nacional dos trabalhadores já a de 80 dias.

A decisão foi tomada durante uma plenária do Sinasefe (Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica). Os professores e técnicos optaram por encerrar a greve e aceitar as propostas do governo federal para ambas categorias.
Foram 98 votos a favor do fim da greve, deflagrada em 3 de abril nos institutos federais, além de seis votos contrários e nove abstenções entre os representantes sindicais.
A greve nos institutos federais e outras unidades de ensino, contudo, só será suspensa de fato após a do acordo com o governo, que deve convocar o sindicato para fechar o negócio na quarta-feira (26).

A proposta aceita pelos servidores técnicos do ensino básico, técnico e tecnológico prevê o reajuste salarial de 9% em janeiro de 2025 e 5% em abril de 2026, além da elevação dos steps 4,0% e 4,1%.
Para a categoria docente, o governo Lula propôs um aumento de 9% em janeiro de 2025 e 3,5% em maio de 2026. Uma das principais reivindicações da greve era o reajuste salarial ainda este ano, o que não foi atendido.
Em meio à paralisação na educação federal, o presidente Lula anunciou um investimento de 5,5 bilhões para a expansão das instituições. Os recursos serão destinados à construção de dez novos campi vinculados a universidades federais e oito hospitais universitários.

Além disso, o MEC (Ministério da Educação) vai acrescentar R$ 400 milhões no custeio das instituições. Com a recomposição, o orçamento para as universidades federais será de R$ 6,38 bilhões em 2024, enquanto dos institutos federais será de R$ 2,72 bilhões.
O governo federal já havia anunciado em março a construção de 100 novos campi de institutos federais em todo o Brasil, sendo três em Santa Catarina.
Como fica o IFSC diante do fim da greve nos institutos federais? 6g2y8
Os trabalhadores do IFSC (Instituto Federal de Santa Catarina) são representados pelo Sinasefe. Apesar da decisão da entidade nacional, a greve na instituição acabará somente após uma votação na próxima assembleia da seção sindical, prevista para quarta-feira.
A expectativa, no entanto, é que os professores e servidores do IFSC também decidam pelo fim da greve. Isso porque as categorias já haviam aprovado em 17 de junho uma indicação para o Sinasefe aceitar a proposta do governo federal.

“A greve no IFSC, portanto, continua até que uma nova assembleia da Seção decida pelo fim do movimento, que depende não apenas das decisões nacionais, mas também de negociações locais com a Reitoria sobre as condições de retorno ao trabalho”, explica a seção sindical do Sinasefe no IFSC.
“Em geral, a avaliação dos servidores é que, embora não tenham atendido boa parte da pauta de reivindicações inicialmente apresentada ao governo, as propostas conquistadas, sobretudo, nas últimas mesas de negociações dos TAEs e Docentes, representam uma importante vitória do movimento, que já é considerado um dos mais fortes da história do Sinasefe”, informou o comunicado.