Libras na educação: você sabe a importância deste ensino nas escolas? 112d4b

Imagina se você viajar para outro país, não dominar o idioma local e ficar sem se comunicar com as pessoas, como se sentiria? Agora, pense nas pessoas surdas e como a falta de o a Libras faz com que pessoas surdas sejam prejudicadas em diversas áreas da sua vida.

A Língua Brasileira de Sinais é reconhecida por lei no nosso país desde 2002, mas grande parte dos brasileiros não conhecem como a Libras funciona. Para criar uma sociedade mais inclusiva é preciso incentivar os jovens a buscarem aprender a língua e entenderem a importância dela, para que assim mais pessoas estejam capacitadas para atender a população surda.

A representatividade e a presença desse grupo nas telinhas e nas redes sociais já são um grande avanço para combater o preconceito e esclarecer dúvidas. Nos últimos anos, o debate sobre o tema foi mais abordado na nossa sociedade – estando também presente no Enem de 2017.

Os “Desafios para a formação educacional de surdos no Brasil” foi o tema da redação daquele ano e com isso pudemos ver o quanto as pessoas ainda não têm conhecimento sobre o assunto.

Recentemente, a busca sobre a língua de sinais cresceu significativamente devido ao lançamento do filme “Eternos”, em que apresenta a primeira heroína surda do universo cinematográfico da Marvel, a velocista Makkari.

Segundo um artigo divulgado pelo jornal britânico The Independent , em novembro de 2021, pesquisas sobre aprender o idioma aumentaram em 250%, em comparação com 2020. A presença da personagem também fez com que muitas crianças e adultos se sentissem representados na telinha e celebrassem o aumento do interesse na língua.

Mas a representatividade visual não é a única solução: é necessário também que essas pessoas estejam inseridas em todas as áreas da sociedade e, para isso, precisa haver comunicação.

Por que ensinar Libras na escola? 6g1g6x

A inclusão é o maior motivo da necessidade de que mais pessoas deveriam aprender Libras. Somente aceitar alunos surdos na escola não é o suficiente, mas é preciso haver uma movimentação para que mais profissionais da educação estejam preparados para ensinar os estudantes e que as outras crianças ouvintes incluam os surdos na rotina escolar.

O papel da escola é essencial nesse processo, que pode criar ações que promovam essa interação entre os estudantes, ela é necessária e faz com que as crianças surdas se sintam mais respeitadas e aceitas como indivíduos que podem compartilhar suas experiências e impor suas opiniões.

Projetos que fazem a diferença 2s95w

Escola bilíngue

Inaugura em 2018, a Escola Municipal Monsenhor Sebastião Scarzello, de ville, é pioneira em Santa Catarina como unidade educacional bilíngue em Libras e Língua Portuguesa.

Atendendo o maior número de crianças surdas na Zona Sul da cidade, a escola conta com uma turma exclusiva para elas, que são lecionados também por uma professora surda.

As aulas de Libras são também para os alunos ouvintes, já que as turmas se unem em determinadas disciplinas. Além do ensino para as crianças, a unidade também disponibiliza aulas de sinais para os pais com filhos surdos e para toda a comunidade escolar.

Com o início da pandemia, a escola teve que enfrentar outro desafio: as aulas remotas tiveram grande impacto na qualidade de aprendizagem de todos os estudantes, e isso acabou prejudicando ainda mais os alunos surdos que enfrentam outro problema de comunicação.

Durante o ensino remoto oferecido na pandemia, a reinvenção do ensino também ou pela sala virtual dos alunos surdos. O uso da tecnologia a favor do ensino fez com que educadores produzissem vídeos autorais traduzindo os conteúdos ensinados nas aulas para ajudar no ensino das crianças surdas.

Práticas inclusivas k3yl

Entretanto, a prática da inclusão não se limita em apenas ter turmas exclusivas ou ter uma intérprete de Libras na sala. Existem outras ações e atividades que podem contribuir muito nesse processo, tal como colocar os alunos surdos nas primeiras carteiras da sala de aula e privilegiar trabalhos ludo pedagógicos com recursos visuais.

Exemplo dessas atividades é o alfabeto ilustrado, com as mesmas palavras representadas na Língua Portuguesa, Libras e em foto para auxiliar na associação do termo.

Outra alternativa é  o software de apoio pedagógico desenvolvido pela Fundação Catarinense de Educação Especial (FCEE), o Libras Brincando, que oferece jogos que estimulam a associação das fotos dos animais em Libras e em Português.

Independente das atividades escolhidas, é dever da escola identificar as necessidades desses alunos e buscar soluções para melhorar a qualidade de ensino e promover a integração entre os estudantes surdos e ouvintes.