Os estudantes da Ampera Racing, equipe de competição da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) revelaram no sábado (15) um novo carro de corrida. O modelo AMP-224 é elétrico e autônomo.

O carro de corrida vai disputar em 31 de julho a 20ª Fórmula SAE Brasil, competição que reúne estudantes de engenharia desde 2004. Os veículos desenvolvidos pelas equipes são avaliados em testes estáticos e dinâmicos.
Em 2023, a Ampera Racing foi a primeira equipe a levar um carro de corrida autônomo, que não precisa de motorista ou controle remoto, e conquistou o segundo lugar geral na Fórmula SAE Brasil.

Os estudantes da UFSC participam do torneio desde a segunda edição. A competição também avalia as propostas técnicas de cada equipe, como detalhes sobre o projeto, custos e uma apresentação de marketing.
“A gente almeja manter a qualificação, principalmente nas provas estáticas, que ficamos em primeiro lugar no design geral. Então pretendemos manter esse resultado na próxima competição e quem sabe almejar o primeiro lugar”, antecipa Marina Grisotti, 22 anos, diretora de projetos elétricos da Ampera.
A estudante de engenharia de controle e automação conta que, após o lançamento de sábado, o carro de corrida deve ar por uma fase de testes até chegar na Fórmula SAE Brasil deste ano.

A equipe da Ampera Racing conta com 116 voluntários de 17 cursos diferentes da UFSC. A realização dos projetos depende do patrocínio da iniciativa privada.
Segundo o diretor de projetos mecânicos, Thomas Jun Kawano, de 22 anos, o novo carro de corrida é o protótipo mais confiável já desenvolvido pela Ampera. Os estudantes apostaram na segurança e fizeram o AMP-224 com apenas um motor, em vez de dois.
“Esse protótipo foi um o para trás para, no próximo, darmos dois para frente. Meu foco mesmo não é nem a competição, e sim garantir o conhecimento da equipe”, destaca o estudante de engenharia mecânica.

“Diferente da temporada ada, a gente realmente simplificou. Diminuimos o peso do nosso acumulador e mudamos para apenas um motor, então esse carro está bem mais leve. Também mudamos de uma transmissão planetária para uma transmissão por corrente”, explica Marina.
A Ampera Racing é uma oportunidade para os estudantes botarem a mão na massa e aprenderem fora da sala de aula. Os jovens se tornam protagonistas do projeto e desenvolvem todo tipo de talento.
“Eu ei de uma pessoa que não sabia apertar direito um parafuso para alguém que sabe mexer em um torno”, afirma Thomas, que participa da equipe há dois anos.

Além dos aprendizados práticos, Marina aponta as competências interpessoais que adquiriu, como a habilidade de comunicação, condução de projetos e liderança de uma grande equipe.
“Acho que eu não teria as habilidades técnicas que desenvolvi aqui em nenhum outro lugar na minha graduação. Aqui, a teoria vira prática de fato e, além de toda essa parte teórica, acho que foi principalmente as soft skills que desenvolvi”, ressalta.