Não é novidade que quem lê bastante, escreve bem. A estudante catarinense Maria Fernanda Simionato de Lemes, de 21 anos, é a prova viva disso. Foi se dedicando intensamente à leitura que a jovem garantiu a nota máxima na redação do Enem 2022 (Exame Nacional do Ensino Médio). “Foi recompensador”, resume Maria.
Maria Fernanda faz cursinho preparatório há quatro anos. – Foto: Angélica Lüersen/Fleming Medicina/NDNatural de Maravilha, no Oeste de Santa Catarina, a estudante faz parte do seleto grupo de pessoas que alcançaram nota mil na redação. Até o momento se tem a informação de pelo menos 30 notas máximas em um universo de 2 milhões de inscritos no Brasil. Em Santa Catarina, aproximadamente 59 mil pessoas fizeram o exame.
O resultado foi divulgado pelo Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira).
Maria conta que a educação sempre foi prioridade em sua família. “Estudei até o primeiro ano do Ensino Médio em uma escola pública de Maravilha. No segundo e terceiro ano fui para o Fundo (RS) onde estudei em um colégio privado. Desde cedo comecei a me preparara para o Enem. Já fiz pelo menos sete provas”, conta.
A estudante revela que teve aula com ótimos professores e que a incentivaram na leitura e escrita. Durante o Ensino Médio em o Fundo participou de um concurso de redação e alcançou o segundo lugar.
Assim que concluiu os estudos em o Fundo, Maria se mudou para Porto Alegre, onde iniciou as aulas no cursinho pré-vestibular Fleming Medicina, há quatro anos. “Meu objetivo é ar em uma universidade federal em Porto Alegre”, revela.
Estratégias de redação 612t5i
“Desafios para a valorização de comunidades e povos tradicionais no Brasil”. Esse foi o tema proposto para a redação do Enem 2022. Maria conta defendeu em sua redação a Constituição Federal de 1988, que garante os direitos e deveres da população.
“O Brasil engloba diversos povos, entre eles indígenas e ribeirinhos, por exemplo. Como meu conhecimento maior é sobre os povos indígenas e seus direitos, defendi a garantia dos direitos dessas comunidades”, lembra.
A estudante se sente recompensada com o resultado. – Foto: Angélica Lüersen/Fleming Medicina/NDSegundo a estudante, a estratégia para atingir a nota máxima foi a leitura e a prática de redações. Durante o cursinho, a jovem tinha aula teórica com orientações sobre a estruturação do texto e escrevia uma redação por semana. Os professores avaliavam e reavam as devolutivas. Maria analisava os erros e corrigia as falhas nos próximos textos.
A estudante comenta, ainda, que a leitura a ajudou a construir bons argumentos e a ter ideias. Além disso, formou a sua personalidade de escrita e enriqueceu seus argumentos de defesa com um vocabulário rico e conhecimento em gramática. Artigos de opinião, tanto nacional como internacional, fazem parte das leituras da estudante.
“No primeiro ano que fiz o Enem tirei 520 na redação e acredito que foi o processo de leitura e prática que me levaram à nota máxima. Quando vi que tinha alcançado a nota mil, fiquei impactada. Demorei para assimilar”, observa.
Igualdade de oportunidades 5w3c1r
Estudante alcançou a nota máxima na redação do Enem. – Foto: Arquivo Pessoal/Divulgação/NDMaria enfatiza que se sente privilegiada por receber a oportunidade de um ensino de qualidade, mas reconhece que essa é a realidade de uma minoria da população. “A igualdade de oportunidades é um problema. Se tivéssemos mais investimentos em educação, com certeza, teríamos mais notas mil”.
A média geral da estudante no Enem 2020 foi de 7,95, somando todas as áreas. “Como meu objetivo é uma vaga em uma universidade federal, essa nota pode ou não me proporcionar o o. Pretendo usar a nota por meio do Sisu (Sistema de Seleção Unificada). Se eu conseguir, será muito especial”, comenta.
