Uma publicação do ministro da Educação, Milton Ribeiro, em uma rede social do presidente Jair Bolsonaro, nesta quarta-feira (3), chamou a atenção dos 2.707.200 trabalhadores da educação do ensino básico no país.
Pelo Twitter, o ministro agradeceu a inclusão dos professores na fase 1 da vacinação contra a Covid-19, o que gerou dúvidas, uma vez que os docentes estão somente na fase 4 do grupo prioritário desde janeiro.
“Visando o mais breve e seguro retorno às aulas presenciais, o presidente @JairBolsonaro incluiu os profissionais da educação no grupo prioritário de vacinação contra a Covid-19. Obrigado por atender a mais essa demanda do MEC, presidente. Vitória para a educação brasileira!”, disse o ministro na rede social.

Para o secretário de Educação de Santa Catarina, Luiz Fernando Vampiro, a interpretação é de que os professores devem subir alguns degraus na fila das prioridades.
“Ainda não há confirmação do que o ministro quis dizer, mas a solicitação de incluir os professores como prioridade também foi feita pelo governador Carlos Moisés ao presidente em dezembro de 2020.
Na minha visão, os professores podem ser incluídos na fase 1 ou na fase 2, porque a publicação parece ser de comemoração a uma conquista recente”, observou o secretário.
Educação em SC tem 4 mil afastados pela pandemia
A SED (Secretaria de Estado da Educação) tem mais de 4 mil professores e servidores no grupo de risco ou afastado com atestados atualmente. Com a possibilidade de antecipar a vacinação desses profissionais, o secretário Luiz Fernando Vampiro espera ter de volta desses profissionais.
“Caso a nossa previsão seja realmente efetivada e levando em conta o tempo para a vacinação, talvez, possamos ter o retorno destes profissionais em três meses”, espera o gestor da Educação em SC.
Alesc tem projeto sobre o tema
O Sinte (Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Santa Catarina) vê a iniciativa do ministro como uma “nuvem de fumaça diante da pressão” da categoria.
O coordenador estadual do Sinte, Luiz Carlos Vieira, lembra que um projeto foi apresentado na Alesc (Assembleia Legislativa de Santa Catarina) para que os profissionais de vacinação possam receber o imunizante o mais rápido possível.
“Não queremos tirar a vez de ninguém na ordem das prioridades, mas a educação precisa ser vista como prioridade para o desenvolvimento do país. Esperamos que o projeto na Alesc possa ar pelas comissões de forma célere.
A nossa luta também é pela inclusão de todos os professores e, não somente, do ensino básico, como prevê o ofício que o ministro anexou a sua publicação”, pontuou o dirigente sindical.
O ND+ entrou em contato com a assessoria de imprensa do MEC (Ministério da Educação), mas não obteve resposta até a publicação da matéria.
