A Educação de Jovens e Adultos (EJA) é uma política pública conquistada a muitas mãos para desenvolver e ensinar gerações que não tiveram o tempo adequado de alfabetização e ensino. Na rede de Navegantes, esse direito é garantido.

É a oportunidade de retornar aos bancos escolares, ter as aulas expositivas e vivenciar uma interação para preencher uma lacuna de conhecimento, de referências, buscando elementos que facilitem e acelerem o desempenho e o rendimento escolar daquele jovem ou adulto a concluir os estudos da Educação Básica.
É o direito que garante a alfabetização, letramento e conhecimentos para todos, de qualquer idade, com atendimento voltado para o público jovem e adulto, aprimorando didáticas e metodologias que compreendem a realidade e o dia a dia do estudante.
A professora Flávia Alsino leciona a disciplina de História na EJA de Navegantes desde 2020, na Escola Municipal Professora Vilna Correa Pretti, e atende um público de sexto a nono ano, preferencialmente de jovens entre 15 e 17 anos.
“Quando a gente fala em EJA, são turmas então com mais idade, mais tempo sem estudar. Em Navegantes tem esse diferencial, alunos que estão na defasagem de séries ou pararam de estudar por algum fator e porque não se encaixam mais no ensino regular”, explica Flávia.
Considerar os saberes be5t
A equipe pedagógica da EJA tem um olhar diferenciado para o público que frequenta, pois muitos estão inseridos no mercado de trabalho, vindo de tempos diferentes. “É preciso pensar em qual será a metodologia e didática para que esses jovens se sintam acolhidos e motivados a permanecer e concluir a trajetória estudantil dessa etapa do fundamental”, considera.
Flávia pensa que o conteúdo tem que partir de uma maneira que considere os saberes desses jovens e trazê-los de forma que partam da realidade e cotidiano deles, usando a temática em que eles se motivem a pensar e participar.
A EJA consegue trabalhar com o público mais jovem e uma grande maioria é bem efetiva, que teve dificuldade em algum período da vida escolar, mas que acaba concluindo os estudos. “Acho bem importante quando os alunos percebem de alguma forma que a escola também está oportunizando a eles a inserção no mercado de trabalho, que também vai favorecê-los de alguma forma”, conta.
EJA: conteúdo que parte da realidade 6h142
Para a professora Flávia é fantástico perceber que eles se interessam quando o estudo parte da realidade, daquele saber que não está na escola, não só do livro didático ou algo pré-estabelecido.
Quando a proposta faz os alunos se envolverem com questões que envolvem a realidade fora dos muros escolares, mais atuantes e mais participativos se tornam.
“Estou desenvolvendo esse ano um projeto de arte de rua na escola, um olhar para o grafite na cidade de Navegantes. Eles estão observando os grafites da cidade, trabalhando com essa questão do patrimônio, da escola, e o entendimento do que é grafite, do que é pichação, tendo maior cuidado com a escola, revendo suas posturas dentro do espaço e patrimônio público”, diz Flávia.