Durante palestra ontem na reunião da Diretoria e dos Conselhos da Fiesc, a professora catarinense Lúcia Dellagnelo alertou o setor produtivo sobre a ameaça de perda de competitividade pela inexistência de profissionais qualificados. Apontou vários indicadores sobre a queda da qualidade do ensino médio em Santa Catarina e da péssima posição do Brasil no ranking mundial da educação.

Formada em Psicologia pela UFSC e com mestrado em Educação pela Harvard University, Lúcia Dellagnelo é atualmente presidente do Centro de Inovação para a Educação Brasileira, com sede em São Paulo.
Os dados são realmente impactantes. Para começar, o Brasil está em 133º lugar entre 141 países em relação à educação e competências digitais. Já entre 64 países, o Brasil perdeu duas posições e está em 59º no que se refere à competitividade.
Outra pesquisa com números assustadores: “Faltam habilidades básicas em 66% dos jovens brasileiros na faixa dos 15 anos”. Outra constatação: “As escolas brasileiras enfrentam dois problemas: primeiro, ainda um quinto da população não está matriculada no ensino médio; segundo, a qualidade das escolas precisa ser melhorada”. E uma terceira: “De acordo com o Banco Mundial, o Brasil desperdiça 40% de seus talentos”.
Ex-secretária do Desenvolvimento Econômico Sustentável no governo Colombo, Lúcia Dellagnelo mostrou um mapa terrível sobre a situação do capital humano catarinense. Disse que o Estado não aumentou este capital por falhas no ensino médio, parado hoje no ICH de 0,63%, junto com Amapá, Roraima, Mato Grosso e Tocantins. As melhores performances estão com Pernambuco (25,3%), Alagoas (20,9%) e Ceará (17,9%). Todos números do Banco Mundial.
Finalmente, outra estatística impactante: 30% dos jovens não retornaram às escolas depois da pandemia. Motivo: não viam relevância no que aprendiam nas escolas.