Ele pode até não fazer parte das suas playlists ou tocar no seu fone de ouvido com frequência, mas não há como negar que o samba faz parte de você. Com momentos marcados pela ascensão do ritmo ou letras que retratavam o cotidiano em determinadas épocas, o Dia Nacional do Samba é um oportunidade para conhecer a trajetória do gênero musical.

Em mais de 100 anos, o ritmo se transformou de uma forma de expressão vinda das rodas de dança para um leque de possibilidades, que vão de músicas caracterizadas por palmas e cantos a letras românticas com ritmos lentos, do pagode a danças em pares.
O gênero musical centenário também é reconhecido pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) como Patrimônio da Humanidade. E como esquecer da calorosa relação entre o gênero e a principal festa popular brasileira, o Carnaval?
Na Grande Florianópolis, o gênero musical criou verdadeiros redutos. Na Capital, de Norte a Sul da Ilha, é possível ouvir o batuque e descobrir novas rodas. No Centro, ele segue vivo não apenas em restaurantes e barzinhos, mas também como trilha sonora do público que se concentra nos arredores do Mercado Público.
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O surgimento
A Bahia é considerada o berço do samba. As rodas de dança e música foram se popularizando e agregando outras referências, como a valsa, a polca e o maxixe.
A expansão
A abolição da escravatura, em 1888, fez com que muitos negros migrassem para o Rio de Janeiro, consolidando o ritmo ainda mais e o levando a outros públicos.
O primeiro no papel
Foi em novembro de 1916 que Ernesto dos Santos, o Donga, registrou o que é considerado o primeiro samba brasileiro.
“Pelo telephone”, com a grafia antiga da palavra, teve partitura feita por Pixinguinha e foi dedicado aos carnavalescos Peru (Mauro de Almeida) e Morcego (Norberto Amaral). Registros históricos apontam que ele havia sido executado pela primeira vez em outubro do mesmo ano.
Você sabe o que significa “samba”? 5x5g1j
Muito antes de ser associada a um gênero musical, a palavra “samba” era sinônimo de festa.
Ela vem da expressão africana “semba”, que remete a danças de roda conduzidas por batuques, combinações de canto, dança e instrumentos usados pelos negros.
As denúncias e perseguições! 64q4h
No começo do século 20, era comum que leitores enviassem a jornais cartas com denúncias de rodas de samba.
Isso porque a ascensão de um gênero com estética negra e enraizado na classe trabalhadora incomodava a elite.
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Conheça três filmes que têm o gênero musical como parte essencial de suas histórias.
“Cartola – Música para os Olhos” (2006, 10 anos)

A vida e as conquistas de um dos maiores sambistas e compositores do Brasil são o tema deste documentário, que reúne imagens de arquivo e depoimentos, incluindo participações de Beth Carvalho e Chico Buarque.
O longa combina, paralelamente, a trajetória do estilo musical no país e a história de Angenor de Oliveira, apelidado de Cartola.
“O Samba” (2014, Livre)

Narrado por Martinho da Vila, esse documentário faz refletir sobre o significado do samba para quem respira esse gênero, das emoções à flor da pele ao poder que essa forma de arte representa.
O filme resgata suas raízes, a relação com o Carnaval e a perseguição aos sambistas.
“Alcione – O Samba é Primo do Jazz” (2020, 12 anos)

A cineasta Angela Zoé promove um olhar sobre a carreira de um nome com legado imensurável na música brasileira, explorando desde a relação de Alcione com seus amigos e familiares aos primeiros os da “Dama do Samba” no cenário artístico.
Realçando a garra e o lado afetuoso da maranhense, a cinebiografia traz um olhar intimista além da figura lendária.