Um dos recursos que mais rende risadas na internet recentemente é o deepfake, a técnica digital de inteligência artificial que reproduz rostos e vozes reais em situações falsas.

No mundo dos memes, o deepfake (“falsificação profunda”, em tradução literal) é uma boa forma de humor, pois coloca na imagem diversos rostos e vozes famosas nas situações mais absurdas, e agora a gente consegue ver e ouvir o que antes ficaria apenas na imaginação.
Porém, a tecnologia está avançando tanto que os perigos de golpes ou de uso distorcido para enganar as pessoas se tornam cada vez mais comuns. Nas últimas eleições, diversas fake news foram criadas a partir desta técnica que, quando não usada para algo construtivo, pode enganar muita gente.
Então vamos ver o que de bom e de ruim essa ferramenta pode oferecer.
Recriando histórias e relembrando memórias 3452b
O cinema é, tradicionalmente, o local onde os avanços de audiovisual são desenvolvidos. Diversas técnicas populares atualmente foram criadas pelos grandes estúdios de Hollywood e do mundo.
No caso das deepfakes é um pouco mais delicado, pois, diferente da computação gráfica – usada aos montes nos filmes de super-heróis e seres fantásticos –, esta tecnologia cria rostos humanos e, para muitos, acaba ferindo algumas questões na arte de atuar.
Porém, é um recurso utilizado para recriar pessoas que morreram durante as filmagens ou até mesmo prestar homenagem em tela a alguém que já se foi com um personagem icônico.
Esse foi o caso do Pantera Negra, Chadwick Boseman, e do ator Paul Walker, da franquia Velozes e Furiosos. A técnica, porém, já apareceu no fim dos anos 90, como maior exemplo no caso do filme Gladiador.
Para além daqueles que já nos deixaram, o deepfake é uma forma de enriquecer reboots ou histórias que contam o ado dos personagens, caso da aparição do jovem Luke Skywalker na série “O Mandaloriano”, do universo Star Wars.
O personagem do ator Mark Hamill, hoje com 71 anos, reapareceu em tela com seus 26, idade que tinha quando gravou o primeiro filme da franquia. Porém, a cena não ficou tão bem feita assim e gerou alguns memes da internet.
Cuidados e como reconhecer t4e29
Envelhecer, rejuvenescer, atuação de gêmeos… o cinema usa em vários casos, mas a dificuldade para fazer um deepfake é enorme, pois o público atingido é imenso e as repercussões ruins de um efeito mal utilizado podem afundar uma bilheteria.
Além disso, as imagens em Full HD, em 4K, em 8K, etc. exigem muita tecnologia para serem reproduzidas – e é aí que mora o perigo das notícias falsas das redes sociais, especialmente do WhatsApp.
O primeiro ponto é que a exigência não é tão grande e quanto a do cinema, os vídeos de WhatsApp são naturalmente de baixa qualidade para pesar menos na transferência. Com isso, as deepfakes têm uma margem de aceitação maior e seus detalhes errados am despercebidos.
O segundo é que no WhatsApp as mensagens são diretas para uma pessoa ou grupos pequenos e de interesse em comum. As pessoas questionam menos nesses casos e aceitam aquele conteúdo como uma verdade, reando a outras pessoas e dando mais credibilidade àquele vídeo falso.
Por fim, o público mais atingido por uma deepfake é de pessoas mais velhas, que não têm tanto contato com a internet e as tecnologias do tipo para perceber o que é um vídeo falso ou não. Por isso, aqui vão algumas dicas para vocês se ligarem e ensinarem em casa:
- Olhos dispersos: veja se os olhos não fazem um movimento natural, fogem da câmera ou não conseguem um contato visual convincente.
- Diminuir a velocidade: coloque o vídeo em câmera lenta e preste atenção nas possíveis falhas, principalmente nos pontos mais característicos como olhos, boca, nariz, sobrancelhas etc.
- Procure no Google: em caso de dúvida, especialmente de declarações absurdas, retire um trecho da fala ou o assunto do tema em geral e procure no Google, Bing, Yahoo etc.
- Desconfie e pergunte: antes de compartilhar e ar para frente algum vídeo que você recebeu, pesquise ou pergunte para alguém que você sabe que tem mais traquejo na internet. Há diversos sites de checagem de dados, como Aos Fatos, E-farsas, Boatos.org, Lupa, Fato ou Fake, Checazap e vários outros.