Há algo fascinante sobre as criaturas místicas que as tornam atemporais. Seja com figuras lendárias, como o Monstro do Lago Ness, ou aparições misteriosas, como o Pé Grande, já vimos de tudo em séries e filmes. Mas quais são as figuras brasileiras mais emblemáticas quando se trata de lendas e causos? Quem dá a cara ao folclore no nosso país?

Aproveitando que em 22 de agosto se comemora o Dia do Folclore, saiba mais sobre três criaturas mitológicas icônicas que despertam o imaginário das crianças há gerações.
Cuca, o terror da noite 4wb4e
Ela tem o mesmo nome de um bolo delicioso, mas não tem nada de doce. A Cuca é uma bruxa má com cabeça de jacaré, pele verde e aparência assustadora.
Ela dorme uma vez a cada sete anos e vai atrás de crianças que não respeitam a hora de dormir – daí a música com a letra “Nana, neném, que a Cuca vem pegar…”.
A forma mais conhecida no Brasil surgiu nas histórias do “Sítio do Picapau Amarelo”, de Monteiro Lobato, em 1921.
Muito antes, no entanto, a lenda já circulava por aqui. Há relatos de que ela chegou na época da colonização, com a forma da Cuca sendo representada por uma velha enrugada, com os cabelos brancos e o corpo encurvado.
A versão original, do folclore galego-português, tem raízes em um dragão de nome Coca, derrotado por São Jorge.
Há também variações mundo afora, com Cucas assumindo formas de fantasmas, bruxas e dragões devoradores de crianças desobedientes.
Você sabia? 225b33
A Cuca brasileira chegou até mesmo a virar um meme internacional! Em 2017, quando imagens de uma adaptação para a TV do “Sítio do Picapau Amarelo” fizeram sucesso na web, internautas de outros países começaram a se deparar com a figura pitoresca.
A “lenda” e “rainha”, como foi chamada, caiu nas graças do mundo virtual, com suas imagens ando a integrar posts de humor.
Curupira, o protetor das florestas 6c5kp

A imagem icônica do Curupira, com seus cabelos vermelhos cor de fogo, talvez seja sua característica mais memorável. Mas é a sua missão de proteger florestas, matas e animais que o torna realmente marcante.
Essa lenda é tão importante para o folclore brasileiro que foi a inspiração para a criação do Dia do Protetor das Florestas, comemorado em 17 de julho.
Há registros da lenda em solo brasileiro desde o século 16. A versão mais conhecida atualmente traz um menino de baixa estatura, com os pés virados para trás, que enganam os caçadores por causa das pegadas ao contrário.
O Curupira é esperto, ligeiro e bem integrado à floresta, o que ajuda na hora de afastar as ameaças, e pode ser visto montado em um porco do mato.
Saci-Pererê, a lenda peralta 623j62

Se há uma lenda conhecida pelas travessuras, ela se chama Saci-Pererê, um garoto de apenas uma perna que não desgruda do seu gorro vermelho. O jovem negro vive na floresta e impressiona pela agilidade, muito bem empregada na hora de pregar peças. Além de atazanar cavalos, azedar o leite e atrapalhar viajantes, ele é capaz de formar redemoinhos para fazer ainda mais bagunça.
O ser mitológico vive até os 77 anos e só pode ser contido se for preso em uma garrafa.
Há estudos que apontam que a lenda do Saci surgiu entre os índios guarani no Sul do Brasil, mais tarde ganhando o país e incorporando elementos de outras lendas, como a da Caipora.
Também há especialistas que acreditam que o surgimento dessa figura mitológica se deve a influências de países da Europa.
Foi graças à obra de Monteiro Lobato que o Saci se tornou um personagem tão conhecido.
O autor publicou um livro sobre a lenda em 1918 e, três anos depois, lançou a adaptação do jovem peralta como parte das histórias do “Sítio do Picapau Amarelo”. As adaptações para a televisão só o tornaram cada vez mais popular
O que é folclore? 6m3t5j
É um conjunto de elementos que formam a cultura popular, incluindo personagens, contos, festas, danças, tradições e manifestações artísticas.
O termo une as palavras em inglês “folk”, que significa povo, nação e raça, e “lore”, que é “ato de ensinar”.
A série animada “Além da Lenda” traz um olhar diferente e curioso sobre personagens do folclore brasileiro, incluindo o Boitatá, o Boto e a Mula-Sem-Cabeça. Clique aqui para conferir.