Da união entre as indústrias de arroz e cerâmica saiu um projeto piloto no Sul catarinense que tem chamado a atenção do setor da construção civil no Estado. As cinzas originadas da queima das casca de arroz estão sendo utilizadas como matéria-prima para a composição de tijolos.

A iniciativa é uma parceria da Cerâmica Guarezi, de Treze de Maio, e da Fumacense Alimentos, de Morro da Fumaça, e conta com o apoio do Sindicato da Indústria de Cerâmica Vermelha de Morro da Fumaça (Sindicer-MF).
“Pra se ter uma noção do impacto, em um único mês, destinamos uma média de 70 toneladas de cinzas provenientes da queima da casca de arroz para a composição de tijolos. Algo de extrema importância para os pilares de sustentabilidade da empresa, uma vez que, com esse projeto, conseguimos ter o rastreio de todo o resíduo originado do nosso processo de produção”, destaca o coordenador da Cental Termelétrica da Fumacense Alimentos, Lucas Tezza.
Como funciona o projeto 42205y
A empresa alimentícia tem uma usina termelétrica própria, que produz energia elétrica por meio da queima da casca do arroz que seriam descartadas.
Desse processo, resta a cinza originada da incineração. Parte dessas cinzas já é reutilizada por indústrias siderúrgica e cimenteira de diferentes estados do Brasil, mas até então, em torno de 20% do resíduo ainda sobrava.
Até que, cerca de um ano atrás, com objetivo de reutilizar essa quantidade restante e por conta da quantidade de sílica existente nas cinzas, começaram os testes de aplicação do resíduo, juntamente com a argila, na composição de tijolos. Após diversos estudos, chegou-se à conclusão de que, com 15% de cinza na mistura, os tijolos ficaram mais leves, sem perderem resistência.
Atualmente, 20% das cinzas geradas pela usina da Fumacense Alimentos são destinados ao projeto. Porém, a ideia é aumentar essa quantidade para, pelo menos, 50% do montante total.
Os impactos na indústria cerâmica r1y4a
Além de conseguir um destino sustentável para toda a cinza produzida pela usina termelétrica, quando avaliada pelos olhos da indústria cerâmica, a iniciativa também gera impactos positivos para o meio ambiente.
Isso porque, segundo o sócio proprietário da Cerâmica Guarezi, Júnior Guarezi, com a adesão de 15% das cinzas provenientes da casca de arroz na produção, a empresa deixou de extrair, mensalmente, uma média de 300 a 350 metros cúbicos de argila virgem.
“Além disso, ganhamos velocidade no processo como um todo porque, com a cinza, a mistura perde umidade mais facilmente, o que agiliza o processo de secagem. Assim, consequentemente, conseguimos aumentar o volume de produção em aproximadamente 300 toneladas de produtos acabados por mês”, finaliza.