Energia Nuclear é alternativa limpa e firme para a transição energética 6y85i

Com duas usinas em operação, energia nuclear representa apenas 2,5% na composição da Matriz Energética Brasileira 6j3g1b

Em 1972 o Brasil começou a construir sua primeira usina de energia nuclear na cidade de Angra dos Reis, no litoral do Rio de Janeiro. Treze anos depois, a usina chamada de Angra 1 começava a gerar eletricidade.

Usina Angra 2 opera energia nuclear desde 2001 – Foto: Angra 2 – Divulgação/EletronuclearUsina Angra 2 opera energia nuclear desde 2001 – Foto: Angra 2 – Divulgação/Eletronuclear

Neste mesmo período a segunda usina nuclear estava sendo projetada. Angra 2 começou a ser construída em 1976, mas foi operar comercialmente somente em 2001, ou seja, 25 anos depois.

Durante este tempo a terceira usina nuclear do país saiu do papel. Angra 3 foi iniciada em 1984, ou por várias etapas, foi paralisada diversas vezes e até hoje, mesmo depois de quase 40 anos, não foi concluída.

Com duas usinas em operação, a energia nuclear representa apenas 2,5% na composição da Matriz Energética Brasileira. Uma fonte de energia firme e limpa que pode ser uma solução para transição energética. Mas, que ainda gera polemica e divide opiniões. Isso porque acidentes nucleares como o de Chernobyl, na União Soviética, e de Fukushima, no Japão, ainda mancham a imagem das usinas nucleares.

Para Inaya Lima, professora do Coppe, um maiores Centros de Ensino e Pesquisa em Engenharia da América Latina, da Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ – ainda se precisa trabalhar muito com a comunidade para que haja um entendimento e aceitação dessa fonte.

“Os acidentes que aconteceram no ado fazem com que a gente tenha um problema muito grande na aceitação pública, a energia nuclear enfrenta esse problema por conta da preocupação da segurança e desse legado desses acidentes que podem realmente dificultar o desenvolvimento das usinas nucleares”, explica Inaya.

Além disso, há ainda outros pontos que desafiam a ampliação do setor de energia nuclear. “Porque a energia nuclear tem percentual pequeno na produção de energia do país? Porque a gente não faz uma usina nuclear da noite pro dia. Requer esforços governamentais e de todo país pra que a gente tenha mais uma usina. Mas hoje, com a tecnologia avançada, nucleares com os reatores nucleares de pequeno porte estamos caminhando para que tenhamos uma matriz energética diversificada, com percentual maior da nuclear que é consenso mundial que é a energia firme dentro de todas as energias que compõe a matriz energética”, analisa a professora.

O presidente da Associação Brasileira de Desenvolvimento das Atividades Nucleares(ABDAN) também concorda que a energia nuclear é a uma fonte segura e firme. Isto é, essa energia não depende de nenhum fator da natureza para operar, como sol ou vento. Celso Cunha, destaca o quanto o país tem potencial para fornecer urânio para geração de energia.

As usinas nucleares do Rio de Janeiro têm no minério seu combustível nuclear para produzir energia elétrica. “Nós temos a maior reserva de urânio do mundo. Somente três países dominam o Ciclo do Combustível Nuclear: Brasil, Estados Unidos e Rússia. Agora, o Governo lançou um programa que quer aumentar o nível de solar e eólica que vai trazer mais intermitência, tivemos um apagão no outro dia, ninguém vai que foi a intermitência eólica, mas todo mundo sabe que as variações provocaram muito forte. A nuclear, por exemplo, durante o apagão continuou funcionando. No Rio de Janeiro, o impacto foi mínimo”, ressalta Cunha, presidente ABDAN.

Recentemente, o deputado federal Julio Lopes, que preside a Frente Parlamentar de Atividades Nucleares esteve na Áustria para a Conferência Geral da Agência Internacional de Energia Atômica. Além disso, participou de reuniões com empresas do setor nuclear visando planejar e viabilizar novos projetos de mineração de urânio no Brasil.

Segundo o parlamentar, agora será preciso fazer um projeto do ciclo nuclear brasileiro para que as ações possam ser financiadas. “O que nos pretendemos é que financie todo o programa e todo o programa de conclusão da obra da Angra 3 e a recuperação da Angra 1 baseado nos contratos futuros de exportação de uranio como sequenciador das operações que o BNDS poderá fazer com a agencia de fomento internacional”, explica Julio Lopes.

Energia Nuclear e Transição Energética Justa j31h

A energia nuclear pode ter um papel importante na Transição Energética Justa. Algumas termelétricas já estudam a possibilidade de substituir o carvão por reatores modernos de energia nuclear.

“A parte do carvão você retira, mas você aproveita o resto da usina. A geração de calor é realizada por este pequeno reator nuclear que substitui o carvão e os profissionais são treinados porque nada acontece da noite para o dia então nós teremos até 2040 para capacitar os profissionais”, explica Celso Cunha.

Suas características fazem com que ela gere eletricidade com emissão zero de gases de efeito estufa, principal fator no processo de Transição Energética. Além disso, Inaya Lima destaca a eficiência dessa fonte e o quanto ela pode ser uma alternativa para garantir a segurança energética.

“A nuclear é altamente eficiente na produção de eletricidade porque ela tem uma pequena quantidade de combustível nuclear podendo gerar uma grande quantidade de energia elétrica por um longo período de tempo. Sem falar que as usinas nucleares fornecem uma fonte constante de energia independente das condições climáticas o que a torna uma fonte confiável para complementar as outras energias intermitentes”, destaca a professora.

Para o presidente da Eletronuclear, Eduardo Grivot de Grand Court, o Brasil deve seguir o caminho de países desenvolvidos que estão investindo no setor e que viram na energia nuclear um fator importante para a transição energética.

“Não existe transição energética sem a participação da energia nuclear e isso não é uma decisão ou um discurso brasileiro. Os países mais avançados tecnologicamente estão retomando seu programa nuclear de maneira efetiva, como Inglaterra, França e Estados Unidos, então, que a gente vê é que a transição energética para uma energia de baixo carbono sem a energia nuclear não vai se materializar”, destaca Eduardo.

Mas custos, riscos e o o a matéria prima ainda tornam difícil sua expansão. Ainda assim, as usinas nucleares brasileiras seguem contribuindo para a segurança energética e proporcionarem geração de energia mesmo que não faça chuva ou sol.

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