Dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatíticas), divulgados nesta quinta-feira (12), mostram que 42,2 milhões de brasileiros moravam em imóveis alugados em 2022. O número representa 20,9% do total de moradores de domicílios particulares permanentes. Em 22 anos, houve uma alta de 8,6 pontos percentuais no número de pessoas vivendo nesse tipo de imóvel.

Os dados integram o “Censo Demográfico 2022 – Características dos domicílios”. O número de domicílios alugados era de 16,1 milhões, representando 22,2% do total de domicílios particulares permanentes do país.
Moradia de aluguel é maior no Distrito Federal, diz IBGE 4h316x
Segundo o levantamento, o Centro-Oeste brasileiro concentrava o maior índice de pessoas que moravam em imóveis alugados. Ao todo, 26,7% dos moradores dessa região moravam em domicílios desse tipo em 2022. A condição de ocupação foi mais comum no Distrito Federal (30,1%) e mais rara no Piauí (9,8%).
Os imóveis alugados eram consideravelmente mais comuns nas residências com presença de crianças e onde havia apenas uma pessoa de 15 anos ou mais – 35,8% desses domicílios eram alugados. Tipicamente, essa composição domiciliar é formada por mulheres sem cônjuge e com filhos.
De acordo com o IBGE, a proporção da população residindo em domicílios alugados em 2022 foi de 20% entre as pessoas de cor ou raça amarela, 20,6% entre as pessoas de cor ou raça branca, 20,9% entre as pessoas de cor ou raça parda e 22,4% entre as pessoas de cor ou raça preta. As pessoas de cor ou raça indígena foram o único grupo a apresentar um resultado substancialmente diferente (10,2%).

Imóvel próprio 2q2t1i
A pesquisa ainda mostrou que sete em cada dez brasileiros viviam em imóveis próprios em 2022. Ao todo, 146,9 milhões de pessoas moravam em domicílios próprios, representando 72,7% da população. Esse índice leva em conta imóveis já quitados ou herdados — que correspondiam a 63,6% da população — e 9,1% de domicílios próprios com o pagamento ainda em andamento.
Em todas as regiões, a maioria da população residia em domicílios próprios sem financiamento pendente. A maior proporção foi registrada no Norte, com 72,1% da população. Já o Centro-Oeste aparece como a região com o maior índice de população morando em imóveis ainda sendo pagos.
“Os domicílios próprios (com ou sem financiamento pendente) apresentaram crescimento da participação entre 1980 e 2000, ando de 64,6% para 76,8%, mas apresentaram declínio nas décadas seguintes, até alcançar os 72,7% verificados em 2022 — uma proporção ainda 8,1 pontos percentuais acima do registrado em 1980″, explica a pesquisa.

O número de pessoas vivendo em imóveis alugados não pode ser considerado um indicador de vulnerabilidade social, como aponta o IBGE. A participação dos municípios com os maiores porcentuais de imóveis alugados está, conforme o estudo, em estados mais ricos, como Santa Catarina, São Paulo e Distrito Federal.
*Com informações do R7.