Da força do comércio de bairro a grandes empresas, São José se destaca pela diversidade 6b33o

Cidade de múltiplas oportunidades e características particulares, São José tem sua base econômica no setor produtivo representado pela indústria, comércio e prestação de serviços. A evolução tecnológica acelerada e constante faz com que os empresários necessitem de e para se manter atualizados neste avanço ininterrupto. O cidadão josefense desfruta ainda de uma característica da cidade, que não possui apenas um centro comercial, mas vários que são quase autossuficientes.

Para tornar conhecidos os cases de sucesso em todos os setores de negócios da cidade, a Associação Empresarial da Região Metropolitana de Florianópolis lançou o Prêmio Aemflo Inovação 2023. “Através dos seus cases nós teremos em mãos um conhecimento de que essa classe empresarial faz e isso nos dará a oportunidade de futuramente fazer outros trabalhos”, explica o presidente em exercício da entidade, Gilberto Rech.

A Aemflo atua desde 1984 junto com a CDL (Câmara de Diretores Lojistas) buscando representar o empresariado local, ao mesmo tempo em que oferece desenvolvimento às empresas por meio de cursos de capacitação e de uma rede de e para um melhor desempenho empresarial, com o diferencial que a associação atua com todo o segmento econômico – indústria, serviços e comércio.

Rech observa que São José é a 5ª economia do Estado e que o município detém uma diversidade de empresas e, por isso, é difícil apontar um perfil predominante de segmento. Ele cita a Intelbras como exemplo de uma empresa de ponta, com inúmeros produtos desenvolvidos internamente. “Outra empresa que deve ser destacada é a Hard Rock Live Florianópolis, que é a única e a maior no formato na América Latina, o que a diferencia neste segmento, que é a promoção e realização de grandes eventos, com a geração de um grande número de empregos diretos e indiretos e a movimentação de todo o trade turístico da região”.

Inovação faz parte do processo

O presidente da Aemflo destaca que a entidade inova à medida que o mercado local se transforma. “A tecnologia caiu no nosso colo e a gente quer se adequar às necessidades. A associação tem que estar pensando sempre em um futuro promissor. A Aemflo está dando condições para as empresas poderem fazer isso.

O termo ‘inovar’ está em todo o processo do que você faz dentro da empresa que o permita obter um resultado positivo, que traga um resultado diferente para sua empresa. Isso que é importante. Uma pequena mudança – seja ela tecnológica ou não – que melhore os resultados obtidos”, diz Rech, e acrescenta que este é o objetivo do prêmio, que os empresários conheçam o que deu certo nas outras empresas.

A atuação da Aemflo também está presente em outras frentes. Em nome do empresariado josefense, Gilberto Rech destaca a cobrança permanente da conclusão da alça norte do Contorno Viário da Grande Florianópolis, o projeto integrado de mobilidade urbana da região metropolitana, incentivo e promoção de inovação tecnológica, acompanhamento da tramitação do Plano Diretor de São José, apoio à viabilização da saúde pública, a revitalização de espaços empresariais e públicos e a modernização da infraestrutura das áreas industriais, além de buscar o aumento da segurança através de soluções sociais para as pessoas em situação de rua.

“São José, por si só, já é uma cidade promissora, é uma cidade que faz a diferença. Com as mudanças políticas e do quadro social, com a entidade participando junto, eu vejo a população adquirindo uma melhor qualidade de vida. É isso que a gente busca”, diz.

Forquilhinhas, um exemplo da descentralização do comércio

Uma das características da cidade de São José é não ter uma área de comércio centralizada em uma só região. O presidente da Aemflo explica que há vários polos comerciais, entre eles os do Kobrasol, de Campinas e de Forquilhinhas, além dos comércios de bairro, que têm uma boa expressão econômica distribuída em toda a cidade.

O centro comercial de Forquilhinhas nasceu para atender a criação de um núcleo implantado pelo programa de habitação popular do governo federal através das Cohabs (Companhias de Habitação Popular). No início da década de 1980 foram entregues, em datas próximas, os conjuntos habitacionais Arthur Mariano, Picadas do Norte e Picadas do Sul, que acabaram adotando o nome geral de Forquilhinhas, como era conhecida a comunidade rural existente no local, denominação de um córrego afluente do rio Forquilhas.

Morador do local desde a inauguração do conjunto habitacional, o aposentado Osvaldir Zeferino Cardoso foi espectador e participante das mudanças ocorridas no bairro ao longo destes mais de 40 anos. Ele conta que no começo não havia a “geral” e aponta para a rua Vereador Arthur Manoel Mariano, hoje a principal artéria do bairro, que o liga à BR-101, “ali não tinha nada. A minha casa era nos fundos de onde é o posto de gasolina. Eu vendi minha casa para o posto”.

“Com a vinda de muitas pessoas para morar aqui, houve o desenvolvimento. Aqui, onde é a igreja, era o rodeio”, lembra Cardoso. “Unimos alguns amigos, eu consegui postes de madeira da Celesc (eu trabalhava lá) e construímos a igreja [Paróquia de São Francisco de Assis]; onde é a Caixa Econômica tinha o bar e um pasto, onde criavam gado. Com o crescimento, veio a Caixa, o posto de gasolina e uma série de coisas. Logo abriu um supermercado, A Soberana, a farmácia do Roma [Farmácia Josiane] – que nos defendia da falta de um posto de saúde -, aí veio o [Lojas] Koerich, o Magazine Luiza. Aqui tinhas aquelas lojinhas, aqueles barzinhos, mas logo vieram os restaurantes, os mercadinhos de bairro foram mudando”.

Cardoso conta que a região tinha uma linha de ônibus própria, com um terminal na rua Adriano Farias e que levava as pessoas para Florianópolis. “Depois vieram outras linhas, que vinham lá de baixo, dos sítios, de Forquilhas… A maioria de quem morava aqui trabalhava em Florianópolis. Se quisesse ir para o centro de São José, teria que saltar na [bairro] Praia Comprida, pegar outro ônibus ou ir de pé”.

“A gente encontra tudo aqui”

A aposentada Anaísa de Souza mora em Forquilhinhas há 35 anos. “Quando a gente veio tinham algumas casas, hoje não tem mais lugar para fazer casa. Valorizou tudo muito, né? Naquela época que mudamos para cá, tinha só uma farmácia, um mercado só, hoje temos muitas opções de escolha. Hoje já não precisa sair do bairro, a gente encontra tudo aqui”.

A comerciante Denise Cunha, junto com o marido, é proprietária do restaurante Avenida, instalado no centro do bairro. O estabelecimento existe há quase dez anos, quando era de propriedade do sogro, e ela está bastante animada com o crescimento do bairro.

“Isso aqui cresceu bastante, construíram muitos condomínios, depois se instalaram aqui mais bancos, duas cooperativas, a lotérica… Hoje a gente tem saúde [UPA e Posto de Saúde], tem clínicas, laboratórios, escolas… Eu praticamente não saio de Forquilhinhas, o que tenho que resolver, resolvo aqui. No começo, quando nós viemos para cá, tinha que resolver as coisas em Campinas, no centro do Kobrasol ou em Florianópolis, hoje não precisa sair daqui”.