Os prefeitos dos 22 municípios da Grande Florianópolis decidiram adotar o toque de recolher como estratégia para frear o avanço da Covid-19. As medidas valem a partir das 18h desta terça-feira (16) até o início da próxima terça-feira, dia 23, quando serão avaliadas.

Com exceção das atividades consideradas essenciais, o comércio vai fechar das 18h até às 6h, inclusive as operações que funcionam em shoppings e centros comerciais. As aulas só podem ser on-line até a semana que vem e os serviços públicos serão em home office para restringir o movimento nas ruas.
As decisões foram em dois tempos e nem todas as novas regras tiveram apoio unânime. O prefeito de Florianópolis, Gean Loureiro (DEM), e de São José, Orvino Coelho de Ávila (PSD), por exemplo, defenderam um fechamento mais radical por sete dias com o objetivo de quebrar o ciclo de transmissão do coronavírus.
A solução aprovada pela maioria, no entanto, acabou sendo intermediária. “Foi uma decisão madura”, afirma Gean, que considera importante a adesão de todos os municípios em torno das medidas aprovadas. O entendimento é que isso vai unificar a fiscalização e ser mais efetivo para diminuição do contágio no atual cenário da pandemia na região.
“Para se ter como exemplo, estamos usando oxigênio em um dia na quantidade que usávamos em uma semana. Felizmente, no início do ano dobramos nossos cilindros, mas logo podem ser insuficientes. Temos pacientes nas UPAs esperando vagas em UTI e isso torna ainda mais difícil o trabalho dos nossos profissionais de saúde”, registrou Gean ontem nas redes sociais.
As restrições atingem em cheio os bares e restaurantes, que não vão poder receber clientes entre 18h e 06h. Nesse período, só será permitido delivery e take away (entrega no balcão).
“Vai comprometer ainda mais a saúde financeira das empresas. É uma situação muito difícil porque o setor já vem sofrendo com os decretos há um ano, sem auxílio do Estado e das prefeituras”, afirma o presidente da Abrasel-SC, Raphael Dabdab.
“A pergunta é: quantas empresas e empregos a gente vai ter que perder para que o Estado entenda que precisa ter um plano de recuperação econômica que minimize esses impactos”, questiona.