O embaixador da Coreia do Sul no Brasil, Luiz Fernando de Andrade Serra, confirmou para o secretário de Assuntos Internacionais de Santa Catarina, Carlos Adauto Virmond, que o Estado foi incluído na lista de regiões com autorização para começar o processo de exportação de produtos pecuários, mais especificamente da carne de suínos e os seus derivados. A primeira visita técnica para habilitar frigoríficos do Estado poderá ser feita em maio segundo o embaixador. Ou seja, a Operação Carne Fraca deflagrada pela Polícia Federal e com apoio da Receita Federal não vai interferir no processo.
Essa é uma boa notícia para Santa Catarina que vem trabalhando para abrir o mercado da Coreia do Sul para os produtos da agroindústria do Estado. De acordo com Serra, a intenção da QIA (Agência de Quarentena Animal e de Plantas) é “visitar de quatro a cinco estabelecimentos de produção de carne suína” de Santa Catarina, “preferencialmente que não estejam envolvidos nas investigações da Operação Carne Fraca, a serem selecionados pelo governo brasileiro”.
Como apenas uma unidade da empresa paranaense Peccin em Jaraguá do Sul está sendo investigada pela operação, não vão faltar frigoríficos no Estado, especialmente na região Oeste, para participar da visita técnica dos sul-coreanos. O embaixador concluiu o informe pedindo que as informações fossem readas para o governador Raimundo Colombo, o que foi feito por Virmond. Agora, o Estado deve acertar com o Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) os destalhes para a recepção no país da missão técnica da Coreia do Sul.

De acordo com o secretário de Estado de Assuntos Internacionais, Santa Catarina assim confirma que está mais próxima do mercado da Coreia do Sul para as exportações das carnes suínas. Após a visita técnica nos frigoríficos do Estado e de serem acertados “alguns detalhes da negociação comercial” entre Brasil e Coreia do Sul a expectativa é que o processo de exportações entre na reta final.
“Esta informação deve ser muito comemorada por Santa Catarina. A visita será uma grande oportunidade para mostrar aos sul-coreanos e ao mundo que SC é um Estado há décadas comprometido com a sanidade animal, fiscalização sanitária e com a qualidade da sua produção de carnes. Estamos muito confiantes de que produtores catarinenses de carne suína alcançaram as exigências das autoridades da Coreia do Sul e que tenhamos a almejada abertura deste importante mercado ainda em 2018”, comentou Carlos Adauto Virmond.
De acordo com o último dado da Abpa (Associação Brasileira de Proteína Animal) sobre o mercado internacional de carne suína, a Coreia do Sul aparece no ranking como o quinto país que mais importa este tipo de proteína, com 440 mil toneladas importadas em 2014. Na liderança do ranking está o Japão, com 1,32 milhão de toneladas, seguido da China, com 810 mil toneladas naquele mesmo ano. Confira, a seguir, a nota completa do embaixador Luiz Fernando de Andrade Serra para o secretário de Estado Carlos Adauto Virmond:
“A Embaixada (da Coreia do Sul no Brasil) recebeu, na última sexta-feira, 24 de março, circular do Mafra (Ministério da Agricultura, Alimentos e Assuntos Rurais da Coreia) – também destinada a diversos órgãos governamentais sul-coreanos, como o Mofa (Ministério dos Assuntos Estrangeiros), o Mfds (Ministério da Segurança de Alimentos e Medicamentos) e a Qia (Agência de Quarentena Animal e de Plantas) -, na qual comunica que, em seguimento às informações transmitidas (sobre etapas da abertura do mercado sul-coreano, entre as quais a data anterior da visita técnica do país no Brasil) em 10 de março pela Embaixada, o Estado de Santa Catarina foi incluído no rol de países ou regiões com autorização de requisitos sanitários e com permissão de exportação de produtos pecuários, no que tange à carne de suínos e produtos derivados.
Nesse contexto, a Qia entrou em contato com esta missão diplomática para informar que tenciona enviar ao Brasil, em conjunto com o Mfds, missão técnica de inspeção, possivelmente no período entre 10 e 27 de maio vindouro. O lado sul-coreano solicitou que o Itamaraty consulte o Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) sobre a viabilidade da visita no período indicado. A intenção da Qia é visitar de quatro a cinco estabelecimentos de produção de carne suína no Estado de Santa Catarina, preferencialmente que não estejam envolvidos nas investigações da Operação Carne Fraca, a serem selecionadas pelo governo brasileiro. A missão também incluiria inspeções de estabelecimentos de frango, os quais a autoridade local afirmou que se encarregará de escolher”.