Um estudo do BC (Banco Central) apontou que o público acima dos 60 anos no Brasil gasta mais de R$ 3 mil por mês com as apostas em jogos online, as chamadas bets. Pesquisa também mostra que 5 milhões de apostadores são de famílias que recebem benefício do Programa Bolsa Família.

Bets criam ‘pandemia’ e famílias vulneráveis são mais prejudicadas, alerta ministro 5i691f
A nota técnica elaborada pelo BC mostra que a estimativa é que cerca de 15% dos valores apostados são retidos pelas empresas e o restante é distribuído como prêmio aos vencedores.
Em relação ao perfil dos apostadores das bets, conforme o levantamento do Banco Central, com dados de agosto deste ano, o cenário apresenta:
- A maioria com idade entre 20 e 30 anos;
- Apostas feitas por pessoas de diferentes faixas etárias;
- A média/mês do valor das transferências feitas em bets aumentam de acordo com a idade do apostador;
- Entre o público jovem, as quantias apostadas giram em torno de R$ 100/mês. Já entre o público mais velho, o valor sobe para R$ 3 mil;

Em agosto de 2024, conforme o documento, pelo menos 5 milhões dos apostadores nas bets eram de famílias beneficiárias do Programa Bolsa Família – e enviaram R$ 3 bilhões às empresas de jogos via Pix. Desse público, 70% são chefes de família.
“Esses resultados estão em linha com outros levantamentos que apontam as famílias de baixa renda como as mais prejudicadas pela atividade das apostas esportivas“, diz o estudo.
Autorização para operar no Brasil 6l5f5g
Na última semana, o Ministério da Fazenda anunciou a suspensão das bets que não tiverem pedido, até 30 de setembro, autorização para operar no país. Na ocasião, o ministro Fernando Haddad comentou que o Brasil enfrenta uma “pandemia” de apostas online e alertou para a “dependência psicológica dos jogos”.
As empresas de apostas que não pedirem autorização para funcionar ao Ministério da Fazenda terão a atuação suspensa, em âmbito nacional, a partir de 1º de outubro deste ano.