Um dos maiores expoentes do modernismo em Santa Catarina, figura central no movimento Grupo Sul, o artista Tércio da Gama celebra os 90 anos com uma retrospectiva histórica sob a curadoria de Juliana Crispe.
A exposição “Soltando os Bichos” reúne cerca de 20 trabalhos, com abertura sábado (16) no Museu da Escola Catarinense (MESC/UDESC), no Centro de Florianópolis.

Aliás, louvável a iniciativa do MESC em abrir o espaço novamente para homenagear esse grande artista em um mostra de longa duração.
Poderia ser no MASC ( Museu de Arte de Santa Catarina), instituição da qual Tércio foi um ator ativo na mobilização pela sua criação, mas que está fechado.
Aliás, justo no ano de uma celebração tão especial de nove décadas de um artista que está vivo, a Fundação Catarinense de Cultura paga mais esse mico.
Tércio é filho de Florianópolis. Nasceu em julho de 1933 e iniciou a sua produção artística em 1958 de maneira autodidata.
Atuou junto ao Grupo Sul na década de 1950 e, em 1958, o também participou da fundação GAPF (Grupo de Artistas Plásticos de Florianópolis), ao lado artistas como Aldo Nunes, Dimas Rosa, Meyer Filho, Hassis, Hugo Mund Júnior, Rodrigo de Haro, Pedro Paulo Vecchietti e Thales Brognoli, cuja proposta era repensar os padrões vigentes na época e sugerir uma nova forma de fazer arte.

“O imaginário ilhéu, as cores vibrantes, um mundo que olha para o micro e faz do folclore, da infância, do animal, do vegetal e do meio ambiente elementos pulsantes para o universo lúdico e criativo, são matérias pictóricas para as múltiplas camadas, sobreposições e justaposições do artista desde o início de sua produção”, descreve a curadora Juliana Crispe.

Tércio da Gama expõe clamor pelo meio ambiente 24691t
Ainda segundo a curadora, “Soltando os Bichos” é um clamor por cuidado e atenção.
“Evidencia o risco iminente do prejuízo de um ecossistema e dos elementos naturais presentes na fauna e na flora brasileiras, as perdas permanentes possíveis através do aquecimento global e a nossa responsabilidade com este planeta.
A exposição traz a força do cosmos, das plantas e dos bichos, a força viva da Floresta.
Que possamos agir como os bichos, como os animais, com respeito à terra e com a consciência de que somos parte dela”, finaliza Juliana.
A exposição “Soltando os Bichos” seguirá em visitação até o dia 28 de julho.