Todo ano casas e estabelecimentos são decorados com símbolos tradicionais da Páscoa, como o ovo de chocolate e o famoso coelho. Mas por que o coelhinho virou o mascote do feriado, se o mamífero não põe ovos?

A Páscoa é uma celebração cristã que homenageia a crucificação e a ressurreição de Jesus Cristo. Sua origem está ligada à festa judaica do Pessach (“agem” em hebraico), que se refere à libertação dos judeus da escravidão no Egito.
O Domingo de Páscoa encerra a Semana Santa na tradição cristã. As famílias se reúnem para festejar a ressurreição de Cristo e costumam se presentear com ovos de chocolate. Afinal, de onde surgiu a associação do coelho e o ovo à festa religiosa?
O que o coelho e o ovo têm a ver com a Páscoa? 183s4m

Uma pista está na tradição pagã de civilizações da Antiguidade que cultuavam a deusa Eostre. A grafia pode variar, mas se assemelha a “Easter”, que é Páscoa em inglês.
Ela era a deusa da fertilidade no Norte da Europa e sua festa era celebrada no início da primavera no hemisfério Norte (correspondente ao início do outono no hemisfério Sul), mesma época da Páscoa.

A lebre era um dos símbolos da deusa, pela sua fertilidade, e acabou se misturando às tradições católicas do mesmo período. Os coelhos se reproduzem rapidamente: a gestação dura somente 30 dias e uma ninhada conta com seis a oito filhotes.
O animal, portanto, representa renovação, fertilidade e recomeço, assim como a primavera. A Igreja Católica pegou a ideia emprestada de povos germânicos para adotar como símbolo da ressurreição de Cristo.
A tradição dos ovos segue a mesma linha. A maioria das culturas da Antiguidade já usava o ovo para significar fertilidade, nascimento ou renascimento.

Na Alemanha, Rússia e Grécia, o alimento era usado de maneiras diferentes para festejar a chegada de bebês ou homenagear os mortos. O Pessach judaico, inclusive, é celebrado com ovos cozidos.
Apesar do coelho não botar ovo, a associação de diversas tradições levou à celebração da Páscoa como é conhecida hoje na cultura popular. A chegada da primavera no hemisfério Norte evoca fertilidade e recomeço, de modo semelhante à ressurreição de Jesus Cristo na tradição cristã.