Freguesia que já foi Capital: Biguaçu festeja 191 anos de emancipação 333v22

Antiga São Miguel Arcanjo da Terra Firme, Biguaçu está em localização privilegiada e preserva a memória luso-brasileira a6w3l

Em um 17 de maio como hoje, mas há 191 anos, em 1833, Biguaçu conquistava sua emancipação política. Sendo um dos municípios mais antigos do Estado, a cidade tem muitos motivos para comemorar.

Biguaçu festeja 191 anos de emancipação – Foto: Divulgação/NDBiguaçu festeja 191 anos de emancipação – Foto: Divulgação/ND

Localizado em um ponto estratégico, está a apenas 20 km de Florianópolis, com fácil o à BR-101, que o corta, e à BR-282, que liga a Capital ao interior do Estado.  Além disso, o novo Contorno Viário, cujo início se dá em Biguaçu, contribui ainda mais para sua posição privilegiada. Mas nem sempre foi assim.

Segundo a historiadora e pesquisadora da cultura popular luso-açoriana no Litoral catarinense, Ana Lúcia Coutinho, a história de Biguaçu se inicia por volta de 1750, quando os imigrantes portugueses vindos do Arquipélago dos Açores e da Ilha da Madeira foram se estabelecendo na freguesia chamada São Miguel Arcanjo da Terra Firme.

“Temos um fato muito importante e curioso, o qual a freguesia já foi temporariamente Capital da Província de Santa Catarina por nove meses, de 1777 a 1778, quando ocorreu a invasão espanhola à Ilha de SC”, revelou.

Ana Lúcia Coutinho – Foto: Divulgação/NDAna Lúcia Coutinho – Foto: Divulgação/ND

A freguesia de São Miguel foi posteriormente elevada à categoria de vila, e em 17 de maio de 1833, testemunhou a instalação da primeira Câmara Municipal. No entanto, diante de desafios, um povoado em ascensão (atual Biguaçu) gradualmente se desenvolveu, tornando-se uma freguesia em 19 de dezembro de 1882, sob a invocação de São João Evangelista.

É neste momento que as histórias de São Miguel e a atual Biguaçu se fundem. As lideranças políticas da época decidiram transferir a sede do município para Biguaçu em 1886, elevando-a à categoria de vila. No entanto, em 1888, a sede foi transferida de volta para São Miguel, e somente em 22 de abril de 1894, ocorreu a mudança definitiva.

Memória de Biguaçu 496155

Na antiga São Miguel está localizado um dos edifícios mais históricos da região: o atual Museu Etnográfico Casa dos Açores, antigo casarão da família Ramalho Pereira. O espaço, dedicado à preservação da memória luso-brasileira, é istrado atualmente pela FCC (Fundação Catarinense de Cultura).

Museu Etnográfico Casa dos Açores se dedica a preservar a história dos imigrantes – Foto: Germano Rorato/NDMuseu Etnográfico Casa dos Açores se dedica a preservar a história dos imigrantes – Foto: Germano Rorato/ND

“O museu faz parte de um complexo arquitetônico bastante importante do período imperial brasileiro tombado pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), que congrega a igreja, o cemitério, a chácara, as cacimbas, a fonte de escravos e cachoeira de São Miguel, que tá no seu entorno junto com o aqueduto”, explica Ana Lúcia.

Transporte e lembranças do ado 485d51

Antes da construção da ponte Hercílio Luz, o transporte de pessoas e mercadorias para a antiga Desterro era feito por meio das chamadas lanchas baleeiras.

Embarcações de transporte de mercadorias e caça às baleias em Biguaçu – Foto: Germano Rorato/NDEmbarcações de transporte de mercadorias e caça às baleias em Biguaçu – Foto: Germano Rorato/ND

“Foram importantíssimas. As baleeiras enfeitavam a nossa costa. Em Tijuquinhas, no município de Biguaçu, eram dezenas delas. De Ganchos, Armação da Piedade e Caieiras… tantas outras que traziam o peixe para o entreposto comercial de Juvenal Coutinho e dali saíam para outras partes da Grande Florianópolis”, conta a historiadora.

Eduardo da Rocha é o último construtor das embarcações de transporte de mercadorias e caça às baleias em Biguaçu – Foto: Divulgação/NDEduardo da Rocha é o último construtor das embarcações de transporte de mercadorias e caça às baleias em Biguaçu – Foto: Divulgação/ND

Elas também eram utilizadas para a caça às baleias. O biguaçuense e artesão Eduardo da Rocha, de 78 anos, participou ativamente da cultura e do estilo de vida de Biguaçu e está diretamente ligado às baleeiras. Ele é o último construtor dessas embarcações e relembra como era o município no ado.“Hoje Biguaçu está completamente diferente. Está bastante industrial, com bastante prédios, cresceu muito. Eu tenho fotos da velha Biguaçu e dá saudades quando me lembro”, recorda.

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