Se viver em Florianópolis é um privilégio, nascer na capital catarinense é ainda mais. Entretanto, a gente sabe que nem sempre é possível seguir na cidade que tanto amamos e nela criar os filhos.
Por onde quer que se vá, os costumes vivenciados na Ilha da Magia e a cultura deste lugar há de ser perpetuada. Pensando nisso, o Floripa 350 foi atrás de histórias de manezinhos que hoje criam seus filhos longe da Ilha, mas preservando nossas tradições.

Da Carmela Dutra para o Mundo
Marianna Wachelke, 39 anos, é manezinha, daquelas “do tipo Carmela Dutra”. A jornalista faz questão de dizer que ou a infância e a adolescência na Ilha da Magia e guarda muitas lembranças boas da Capital, sobretudo das praias Brava e Jurerê, nos anos 90.
Foi aluna da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) e, após concluir os estudos, atuou no Rio de Janeiro. Lá sentiu a necessidade de vivenciar novas experiência e, junto ao marido, o engenheiro Thiago de Freitas Santos, 40 anos, foi cursar mestrado em Oslo, na Noruega. No país nórdico, o casal teve dois filhos: Isabel, hoje com 10 anos, e Jonas, de 7.

Em um país gelado, tão diferente da capital dos catarinenses, ela faz questão de preservar algumas culturas e tradições de Floripa. “Acho que o que os pequenos mais levam de mim é a paixão pela Ilha e pala praia. Adoramos”, diz a jornalista.
A gastronomia e o linguajar tão típico da Ilha da Magia se mantêm mundo afora. Marianna diz que preserva o hábito de comer peixe, também bastante comum na Noruega, e brinca um uma história relacionada às expressões de Floripa.
“Adoramos o Brasil, a energia de Florianópolis. Todos os anos visitamos para matar a saudades. Uma coisa curiosa é que, quando saí de Floripa e fui para o Rio de Janeiro, todos davam risadas quando chamava meu estojo de penal. Aqui na Noruega, o utensílio, também, é chamado de penal. Quando descobri isso, dei muitas risadas. Meus filhos chamam estojo de penal, como eu. Eu ‘em manezinho’ eles ‘em norueguês’, mas que é penal, é penal”, brinca.
Da Carlos Corrêa para o mundo 293j5n
É claro que em uma matéria que fala das tradições da Ilha da Magia, a rixa entre os manezinhos da Carmela Dutra e os da Carlos Corrêa há de existir. Por isso, ou por mera coincidência mesmo, nossa segunda personagem é da maternidade Carlos Corrêa. “Assim como minha mãe”, faz questão de destacar, orgulhosa, a analista de teste de qualidade de software Larissa Nunes Martins Fernandes, 32 anos.
A jovem e o marido, Sidarta Fernandes, 32 anos, gerente de desenvolvimento de software, e o filho do casal, Noah Martins Fernandes, 2 anos, vivem em Rotterdamna, na Holanda. “Na pandemia da Covid-19, estava grávida. Meu marido recebeu um convite para vir trabalhar aqui e pensamos no que isso implicaria em nossas vidas e na do Noah, que estava a caminho. Ele não teve como recusar, viemos e estamos muito felizes”, comenta Larissa.

De uma família muito tradicional, aqui na Ilha da Magia, Larissa faz questão de replicar muitas coisas da cultura de Floripa ao pequeno Noah. “Mesmo morando na Holanda, nossos corações seguem sendo manezinhos. Tenho um sentimento muito forte de pertencimento à Ilha da Magia e às suas culturas e tradições. Foi Florianópolis e sua cultura que fizeram eu me tornar quem sou. Tento levar isso ao meu filho”, explica a analista.
“Eu tenho memórias participando da Festa do Divino Espírito Santo, de brincar nas barraquinhas, de ver o boi de mamão. Tudo isso está dentro de mim e transmito ao meu filho. Ele adora as histórias do boi de mamão e de tomar chocolate quente na xícara personalizada que traz elementos da cidade. Sou muito feliz por preservar, mesmo distante, este jeito mané de ser”, encerra Larissa.
Floripa 350 674oy
O projeto Floripa 350 é uma iniciativa do Grupo ND em comemoração ao aniversário de 350 anos de Florianópolis. Ao longo de dez meses, reportagens especiais sobre a cultura, o desenvolvimento e personalidades da cidade serão publicadas e exibidas no jornal ND, no portal ND+ e na NDTV RecordTV.