A valorização do povo indígena e a preservação da natureza foi o foco do desfile da Nação Guarani, que entrou na avenida às 20h45 e encantou os foliões que assistiam às apresentações no Complexo Nego Quirido, em Florianópolis.

O Vale do Massiambú, considerado o berço da etnia, em Palhoça, foi celebrado como o caminho que impulsiona o conhecimento, a resistência e a permanência dos Guarani no paraíso, já que o povo considera a região como sua verdadeira casa.
Assim, o enredo “Massiambú: Paraíso Místico Guarani” foi dividido em quatro setores, que falam sobre resistência, o encanto de desbravar e preservar o caminho.
O primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira esbanjou alegria logo no início da apresentação na avenida simbolizando o sol, importante guia para os Guarani. Ele mostra por onde ir e conduz a evolução dos indígenas.
O carro abre alas representou a Tekoá, o lar dos Guarani. Esse espaço é considerado sagrado, onde há convívio e agem de conhecimento. Como o Vale do Massiambú tem cinco aldeias Guaranis — a Pira Rupá, Cambirela, Yaka Porã, Itaty e a Enseada do Brito — o carro também fala sobre a multiplicidade de saberes da região.
A agremiação de Palhoça também destacou na avenida a vinda dos não brancos ao Vale do Massiambú, comoa a agem dos jesuítas pela terras, que construíram um mosteiro e hoje é a casa de repouso dos cristãos.
Na ala de “amigos da Nação”, estavam seis amigos de fora da avenida, conta a foliã Marli Salete Silva, de 59 anos. É a quarta vez que ela participa do desfile da agremiação de Palhoça.
Ela está ao lado do amigo Diomin Ferraz, de 55 anos. Ele conta que “Carnaval é alegria, não importa nem o frio”, mesmo com o vento intenso na avenida.