Morreu nesta segunda-feira (8), em torno das 14h, vítima da Covid-19, o carnavalesco Osvaldo Gonçalves, o Dico, aos 81 anos.
Ele começou a apresentar sintomas da doença no início da semana ada e foi levado pelo Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) para a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) de Forquilhinhas, em São José, onde não foi possível intubá-lo por falta de respirador disponível.
Dico foi então transferido para o Hospital Maternidade Nossa Senhora Conceição, em Angelina, que não é equipado com UTI (Unidade de Terapia Intensiva), tendo permanecido no oxigênio por uma semana.

O carnavalesco será enterrado no Cemitério Municipal Bom Jesus de Nazaré, conhecido como Cemitério do a Vinte, em Palhoça, às 9h deste terça-feira (9), em cerimônia restrita a poucos familiares. Não haverá velório.
Segundo a sobrinha-neta, Fernanda Cunha, Dico estava bem e forte, apesar da idade. Ele morou um tempo com a mãe dela, Terezinha Cunha, na subida do Morro do Céu, Centro da Capital, onde deu a sua última entrevista, no período do Carnaval de 2020, para a coluna “Gente” (veja aqui).
Desde o início da pandemia do coronavírus, em março do ano ado, ele voltou a morar com os familiares Ivan, Ivone e Maria Eduvirges, em São José, para poderem ficar mais isolados.

Campeoníssimo
Dico se envolveu com o Carnaval ainda criança, trabalhou em diversos setores da maior festa popular brasileira e foi um dos pioneiros a desfilar fantasias em Santa Catarina.
Por mais de 60 anos, colaborou com a história da folia em Florianópolis. Venceu diversos concursos de fantasias de luxo, até conquistar o título de hors-concours – quando já não compete, mas recebe a premiação – no Baile Municipal realizado no Cube Doze de Agosto.
Gostava de desfilar as fantasias nas escolas de samba (Os Protegidos da Princesa, Embaixada Copa Lord e Unidos da Coloninha) e no Mercado Público, onde pessoas que não frequentavam os clubes poderiam ver o seu trabalho.
Após alguns anos sem participar do Carnaval, Dico doou todos os seus trajes, não guardou sequer um paetê. Fotos e troféus foram para o acervo cultural do Clube Doze.
Ele havia se decepcionado com os rumos que a festa tomou, mas era muito grato a tudo o que ela havia lhe dado.
É pouco. Dico merecia (e ainda merece) muito mais.