A maneira como as pessoas vivem, pensam e agem varia muito de um local para outro. O comportamental é diferenciado e fica nítido da maneira de vestir ao linguajar cotidiano.

Aqui em Santa Catarina temos regiões e cidades com características marcantes. A base é histórica, pois desde a formação dos povoados as localidades mantêm as suas tradições de acordo com as etnias dos imigrantes que ali aportaram. O sotaque e a culinária são fatores marcantes nesses perfis regionais, peculiaridades que valorizam as raízes culturais que até podem ser caricatas e divertidas.
Floripa também mantém um modus vivendi característico. Cosmopolita, mesmo com uma sinergia regional, não perde vínculo com as suas origens. Atrai gente e pulveriza conhecimentos.
Sempre houve uma tendência em seguir a fidalguia urbana, pois a ação centrífuga distribui os conhecimentos dos mestres de suas melhores escolas. Houve época em que a fina-flor da intelectualidade ecoava pela cidade, nas letras, na música ou pela conduta de vanguarda. O espelho era a elite intelectual. O ree de valores e conhecimentos fortalecia a hegemonia da sociedade florianopolitana. Porém, de uns tempos para cá, uma lenta corrosão de condutas distorce valores. Observo que, internamente, o pensamento coletivo sofre com as más-influências periféricas. Grossura em alta e aplausos à vulgaridade invertem o fluxo cultural.
Surgiu uma ação centrípeta, onde o pensamento suburbano oxida o eixo da consciência coletiva, descaracteriza a sociedade e tira o brilho da sua intelectualidade. Então é hora do mea-culpa, pois direta ou indiretamente todos somos culpados por permitir que a ignorância dê as cartas.
Para reverter esse quadro é necessário resgatar valores, respeitar o conhecimento, coibir a vulgaridade e preservar o nosso patamar cultural.