Conheça os dez espetáculos catarinenses selecionados para catálogo da Quadrienal de Praga 5c6b11

Convidado para fazer a seleção estadual, o crítico de arte Marco Vasques acredita ter recorte representativo das artes cênicas unindo experiências da pandemia e diferentes formas de fazer teatro 5r42w

Criada em 1967, a Quadrienal de Praga é o maior evento dedicado à cenografia e à arquitetura teatral, realizada a cada quatro anos na cidade de Praga. Na edição de 2023, o teatro brasileiro vai estar presente por meio de um catálogo que reunirá de cinco a 10 produções teatrais, de todos os Estados brasileiros, realizadas entre os anos de 2019 a 2022.

A organização do catálogo está a cargo da Teia Brasil (teiabr.com.br), que também fez a seleção dos curadores de cada Estado para compor o recorte dos trabalhos que serão exposto por meio de catálogo.

O poeta, crítico de teatro e editor do Caixa de Pont[o] – jornal brasileiro de teatro -, Marco Vasques, foi o curador responsável pelo recorte da produção catarinense. Ele conta que fez um levantamento de 20 espetáculos até chegar até os 10 finalistas.

“Todos poderiam figurar no catálogo. Infelizmente só pude indicar 10. Usei como norte a composição política, estética e poética das produções. São todos trabalhos conectados com debates urgentes, como questões raciais e de gênero, uso da força no exercício do poder político, corpo e memória na contemporaneidade, por exemplo.”

Vasques afirma ter levado em consideração, também, as noções de gênero teatral. Além do recorte estético e temático, ele conta que procurou, na medida do possível, abarcar as experiências híbridas feitas durante a pandemia, teatro de rua, teatro de palco tradicional, dança e teatro para infância.

“O teatro feito em Santa Catarina é de uma complexidade imensa e tenho consciência de muitas ausências, mas, como disse, foi preciso enfrentar a limitação de indicar no máximo 10 espetáculos. Todo recorte é permeado por lacunas e ausências, contudo, creio que este recorte dará dimensão da potência da artes cênicas de nosso Estado.”

Marco Vasques, crítico de arte e responsável pela seleção das produções catarinenses

Marco Vasques, poeta e crítico de arte responsável pela seleção dos grupos teatrais catarinenses para a Quadrienal de Praga | Foto ©Márcio Henrique Martins/Divulgação/NDMarco Vasques, poeta e crítico de arte responsável pela seleção dos grupos teatrais catarinenses para a Quadrienal de Praga | Foto ©Márcio Henrique Martins/Divulgação/ND

MAIS SOBRE O CURADOR 6c434y

Marco Vasques é poeta e crítico de teatro. Mestre e doutor em teatro pelo Programa de Pós-Graduação da Udesc (Universidade do Estado de Santa Catarina), com pesquisa em Flávio de Carvalho.

É autor dos livros “Elegias Urbanas” (poemas, Bem-te-vi, 2005), “Flauta sem Boca” (poemas, Letras Contemporâneas, 2010), “Anatomia da Pedra & Tsunamis” (poemas, Redoma, 2014), “Harmonias do Inferno” (contos, Letras Contemporâneas, 2010), “Carnaval de Cinzas” (contos, Redoma, 2015), entre outros.

Ao lado de Rubens da Cunha é editor do Caixa de Pont[o] – jornal brasileiro de teatro. Em 2020 foi colunista do jornal Folha da Cidade. Atualmente é colunista do Portal Desacato com dois espaços: coluna escrita quinzenal e o programa JTT-Cultura, transmitido ao vivo todas as sextas-feiras pela manhã.

LISTA DO TRABALHOS SELECIONADOS 2y145a

Um Inimigo do Povo – Cia Rústico Teatral (2019)

As águas de uma pequena cidade da Noruega estão infectadas. Sob forte represália dos poderosos, o dr. Thomas Stockman, médico da estação balneária, decide revelar a notícia à população, ainda que o futuro de sua família e sua reputação estejam ameaçados.

Um inimigo do povo, da Cia Rústico Teatral | Foto Fabrício Porto/Divulgação/NDUm inimigo do povo, da Cia Rústico Teatral | Foto Fabrício Porto/Divulgação/ND

Peça escrita por Henrik Ibsen em 1882, ressoa em um sombrio 2019 tensionando temas como o ataque ao conhecimento científico, a manipulação política e midiática e os riscos de se assumir uma postura frente à verdade.

24º Debate Púbico – Jogo Agora, do Erro Grupo de Florianópolis | Foto Sergio Vignes /Divulgação/ND24º Debate Púbico – Jogo Agora, do Erro Grupo de Florianópolis | Foto Sergio Vignes /Divulgação/ND

Debate Púbico / Desnudo Agora – Erro Grupo (2019)

2019: O Erro propõe uma autoparódia – 24º Debate Púbico/Desnudo Àgora. Em nossas roupas, ou não, em um debate em praça pública, falando nus sobre política, ou desnudando a política em debate público em um lugar púbico, embora mais público.

Limita-ações: As Coisas que Guardamos, do Dionisos Teatro, de ville | Foto Fabrício Porto/Divulgação/NDLimita-ações: As Coisas que Guardamos, do Dionisos Teatro, de ville | Foto Fabrício Porto/Divulgação/ND

Limita-ações: As Coisas que Guardamos – Dionisos Teatro (2021)

Na pandemia de 2020, o vírus veio carregando tudo. Das coisas que guardamos restaram figurinos, personagens, órios, panfletos, instrumentos e coisas que nem sabemos o que são. Todos numa garagem-depósito.

No teatro do mundo online, os atores contam histórias das limita-ações possíveis nesse espaço-tempo. “Das coisas que guardamos” é quase uma desmontagem de um grupo com 24 anos de existência, quase uma bricolagem de cenas, quase um cenário inteiro, quase um teatro.

Homens Pink, da Cia La Vaca |  Foto Cristiano Prim/Divulgação/NDHomens Pink, da Cia La Vaca |  Foto Cristiano Prim/Divulgação/ND

Homens Pink – Cia La Vaca (2020)

Homens Pink é um espetáculo criado a partir dos depoimentos de um grupo de senhores gays. No corpo-arquivo em cena, narrativas sobre infância, fervo, epidemia e resistência conectam-se a acervos pessoais e compõem um documento performativo que celebra a experiência dos pioneiros e o orgulho das ancestralidades dissidentes.

Papelê – Uma Aventura de Papel instiga cada um a criar sua própria história | Foto Max Reinert/Divulgação/NDPapelê – Uma Aventura de Papel instiga cada um a criar sua própria história | Foto Max Reinert/Divulgação/ND

Papelê – Uma Aventura de Papel – Téspis Cia de Teatro (2019)

PaPeLê é um jogo onde cada criança pode criar a sua própria história. Utilizando-se do corpo, da música, de objetos, bonecos e projeções, a peça é uma grande brincadeira que parte de situações simples, do cotidiano, para transitar para um mundo de imaginação, onde cada um vai assumindo diversos personagens e situações.

O papel é o material que vai se transformando e dando forma à narrativa conduzida pelas três figuras que interagem nesse universo lúdico e divertido do palco. PaPeLê te convida à aventura!

Matéria Escura, do Grupo de Dança Cena 11 | Foto Cristiano Prim/Divulgação/NDMatéria Escura, do Grupo de Dança Cena 11 | Foto Cristiano Prim/Divulgação/ND

Matéria Escura – Grupo de Dança Cena 11 (2021-2022)

Em Matéria Escura, o segredo é uma cumplicidade comportamental no qual o sintoma material é um acontecimento ético estético, que cria um ecossistema bio cultural transitório. Uma sintaxe entre palavras, corpos, modos de inteligência, luz, ficção e devires entre carne, pixel e processamento.

Poeira, do grupo de teatro do mesmo nome, busca as memórias de infância | Foto Luana Callai/Divulgação/NDPoeira, do grupo de teatro do mesmo nome, busca as memórias de infância | Foto Luana Callai/Divulgação/ND

Poeira – Poeira Grupo de Teatro (2019)

“A infância é um borrão na nossa cabeça. A gente sempre lembra pouca coisa de quando éramos crianças. Mas tem uma pergunta, da qual me lembro com muita nitidez, que me fizeram naquela época e que me acompanha pela vida: você nasceu pra ser ou pra fazer poeira?

O espetáculo Poeira é um olhar sobre o ado com intenção de responder algumas perguntas que ficaram sem respostas, levantando questões sobre masculinidade, família e amor.”

Não Corre Menino, monólogo da Cia Nosso Olhar – Foto Maurício Garcias/Divulgação/NDNão Corre Menino, monólogo da Cia Nosso Olhar – Foto Maurício Garcias/Divulgação/ND

Não Corre Menino! – Cia Nosso Olhar (2021)

“Não corre menino!” conta a história de Eduardo da Silva Santos, menino negro e periférico, de 12 anos, que foi morto por uma bala perdida. O monólogo denuncia a violência contra as crianças negras e periféricas e faz uma crítica ao racismo e a violência desproporcional que é utilizada pelas forças armadas nas periferias do Brasil, onde a cada 23 minutos uma pessoa negra é assassinada.

Florbela Espanca, do Grupo de Teatro Dromedário Loquaz – Foto Luiza Filippo/Divulgação/NDFlorbela Espanca, do Grupo de Teatro Dromedário Loquaz – Foto Luiza Filippo/Divulgação/ND

 Florbela Espanca – Grupo de Teatro Dromedário Loquaz (2022)

O espetáculo coloca em cena o espectro de Florbela Espanca, que desperta de seu sono de morte para defender a honra e a obra da poetisa portuguesa que, na primeira metade do século 20, foi perseguida e execrada pela Igreja Católica e pela ditadura Salazarista.

Florbela reencontra e enfrenta seu ado e algozes, conduzindo o espectador a trilhar os caminhos tristes e perturbadores que marcaram sua existência, testemunhando o calvário de perseguições e difamações que se perpetraram mesmo depois de sua morte.

Cinco Movimentos – Foto: foto Julia PerosaCinco Movimentos – Foto: foto Julia Perosa

Cinco Movimentos Como Se Fosse Poesia – Grupo Teatro em Trâmite (2019)

É o quarto espetáculo em formato solo do ator e diretor André Francisco de Florianópolis/SC. O espetáculo é uma criação em colaboração entre teatro e dança, entre gesto e movimento, entre ação e palavra com estudos do gesto simbólico e do teatro físico.

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