Curtas e longas-metragens, séries, documentários. Esses são apenas alguns dos muitos trabalhos feitos por produtoras audiovisuais de Santa Catarina. Conteúdo, é claro, não falta, ainda mais se for levado em consideração que o setor cresceu 429% em uma década.
A expressiva porcentagem consta na publicação “Retratos do Audiovisual Catarinense“, financiada pelo Prêmio Catarinense de Cinema de 2019.
Após três anos de intensas pesquisas, o projeto, que foi apresentado por professores e pesquisadores dos Departamento de Economia e Relações Internacionais e do curso de Cinema da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), foi publicado recentemente, neste ano de 2022.
O número é um bom indicador. Entretanto, para que todo o processo de construção dos produtos audiovisuais tenha o retorno esperado por parte das empresas, e também para que o setor continue em constante evolução, são necessários incentivos do público consumidor.

Foi assim que, pensando em trazer ainda mais visibilidade para as produções catarinenses, o ND+ compilou algumas das estreias de filmes e séries que ainda devem ocorrer até o final deste ano.
Confira a seguir quais são os projetos de cada empresa e suas respectivas datas de lançamento.
Filmes Que Voam 173q29
A produtora catarinense Filmes Que Voam irá estrear nos Estados de Santa Catarina, Roraima e São Paulo o espetáculo musical e longa-metragem infantil “As Aventuras de Makunaimã”, baseado nas histórias originais dos indígenas brasileiros e venezuelanos.
Em Roraima, o público poderá conferir a produção a partir do dia 12 de julho. Em São Paulo, ela será exibida na semana da criança.
Em Santa Catarina, a data de estreia ainda não foi definida. A produção é protagonizada por crianças e destinada ao público infantil.

Para receber informações exclusivas sobre o projeto, os interessados devem se inscrever no canal do Youtube da produtora. Além disso, a empresa está também gravando uma série documental chamada “Yora, Gente Verdadeira”, que trata sobre a infância de 13 etnias indígenas.
A exibição da produção será feita em 2023 e conta histórias de diferentes tribos de todas as regiões do Brasil.

Enquanto isso, outros longas da “Filmes que Voam” podem ser conferidos em plataformas on-demand, como é o caso de “Oração do Amor Selvagem”.
O tema central da história baseia-se na premissa de que nenhum Deus pode impedir a felicidade de um homem.
A história é inspirada em fatos reais, ocorridos no interior de Santa Catarina na década de 1970. O filme está disponível na Amazon Prime Video e no Vimeo On Demand.
Cafundó Estúdio Criativo 5f6a4i
Por sua vez, a produtora Cafundó Estúdio Criativo lançará ainda neste ano – sem data de estreia definida – “Os Carabão”, uma série de animação com 26 episódios rápidos e dinâmicos, desenvolvida para um público infanto-juvenil e baseada em gags rápidas, com humor non-sense.
Na série, o espectador acompanha as aventuras de Espicho, um grão de arroz motivado e destemido; Farilícia, um floquinho de farinha extremamente inteligente e que adora a sessão de orgânicos; e Caldim, um grão de feijão tímido, amoroso e desastrado.
Também está na aventura um macarrão fusili enigmático chamado Toboguini, que, apesar de estar sempre certo, só se comunica com palavras aleatórias em italiano. Em suma, a série pretende exibir como seria se aventurar por um supermercado, a partir do ponto de vista de um minúsculo grão de arroz.
Cada episódio da série contará com três minutos cada, no qual os personagens precisam desvendar mistérios, resolver conflitos entre os alimentos, salvar o mundo (ou o supermercado) das salsichas zumbis e até tocar numa orquestra de inseticidas tenores – Vídeo: Cafundó Estúdio Criativo/Divulgação/ND
Já em 2023, a produtora conta com dois outros projetos. O primeiro deles é Ana Bolinha, que conta a história de uma joaninha redonda e apaixonada por bolinhas e movimentos circulares, desenhada pelo artista plástico catarinense Luciano Martins.
A série está em produção e contará com 13 episódios de sete minutos. Confira a sinopse:
“No jardim de uma pracinha de bairro, Ana Bolinha e seus amigos ocasionalmente encontram objetos redondos que não fazem parte de seu dia a dia. Quando isso acontece o coração dispara de emoção e a curiosidade investigadora entra em cena.
O que é isso? Para que serve? De onde veio? A jornada em busca de respostas vai muito além dos objetos.
A protagonista se depara com questões de valores como a amizade, o companheirismo, o respeito ao outro e às diferenças. Ana Bolinha nos convida a descobrir que o mundo é redondo sim, mas também é muito mais que isso”.
Veja mais sobre os personagens:
Por fim, “Dó Ré Mi da Sol” segue a imaginação da pequena pianista Sol, que a leva para grandes aventuras no mundo encantado Dó Ré Mi, um lugar onde os instrumentos musicais ganham vida e ensinam, através da música, que as tarefas diárias podem ser incrivelmente divertidas.
A série, que contará com 15 episódios de dez minutos, é centrada na busca de Sol em entender, enfrentar e vencer os desafios da infância.

Apesar de Sol ser a protagonista dessa história, isso é uma novidade para ela.
Em toda sua vida ela sempre foi uma menina comum e, às vezes, até vista como excêntrica ou estranha. Sempre muito apegada ao pai e super interessada em música, ela não imaginava ser capaz de fazer tudo que esse mundo imaginário lhe impõe.
Agora ela é o eixo central dessa narrativa e tem a chance de se tornar a heroína.
Café Preto Filmes 2ru1y
A produtora Café Preto Filmes deve estrear ainda em 2022 a primeira temporada da série “Lendas do Motocross Brasileiro”. A produção contará com sete episódios de 30 minutos em média. O seriado aborda a história do esporte no país, por meio dos principais personagens da modalidade, bem como de registros históricos.

Nesta fase, relatos do esporte a partir de 1971 serão abordados pela produção. A série é produzida por meio da Lei de Incentivo Federal, com patrocínio da Yamaha Motor do Brasil, Bompack, Rede Archer e apoio do MotoStory Brasil.
As filmagens já foram finalizadas, mas ainda não há uma data de estreia. Para saber quando a série irá estrear, você pode acompanhar a produtora em seu site oficial. Se você estiver curioso, a empresa compartilhou nas redes sociais um pouco dos bastidores da série. Confira:
Na legenda da publicação, a equipe escreve que “parece os bastidores de uma banda de rock dos anos 1980 mas é nossa equipe maravilhosa durante a gravação da nossa série @lendasdomotocross” – Vídeo: Café Preto Filmes/BRMX/Instagram/Reprodução/ND
Outras produções da empresa, entre elas o curta-metragem “Até Onde a Vista Alcança” e o documentário “A Memória da Cidade”, feitos com recursos governamentais, como a Lei de Emergência Cultural Aldir Blanc, podem ser conferidos na íntegra na internet.
Contraponto 4g5ng
A produtora Contraponto estreou recentemente, no dia 1° de junho, na sala de cinema Gilberto Gerlach, no Centro Integrado de Cultura em Florianópolis, a série documental “Verve, a Arte de Interpretar”, em uma coprodução com a Paradoxo Filmes.

A série registra os percursos de oito grandes artistas do teatro e também do cinema. No total, os oito episódios são dedicados a Margarida Baird, Berna Sant’Anna, Ivana Fossari, Sandra Ouriques, Édio Nunes, José Ronaldo Faleiro, Antonio Cunha e Nazareno Pereira.
Estes grupos, que ainda estão em atividade, são parte da história do teatro nas últimas cinco décadas em Florianópolis, e se destacam na cena teatral brasileira.
E ainda tem mais! Em dezembro de 2022, a produtora estreará o documentário “Luci e a Terra”. Ele narra a história de Luci Choinacki e sua relação política com a vida, com as mulheres, as plantas e a terra. Depois de quatro mandatos como deputada estadual e federal, Luci Choinacki voltou para a agricultura.

Em 2016, junto com seu companheiro, iniciou uma horta urbana em Florianópolis, onde eles comercializaram produtos agroecológicos até o início de 2021. A pandemia acabou motivando a mudança de município.
No Planalto catarinense, eles cultivam alimentos para consumo próprio, em um sítio arrendado, e alimentam o sonho de um dia ter um pedaço de terra. Luci continua acreditando que através da política pode ajudar a mudar a vida no campo.
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A Margot Filmes estreará no final de 2022 o documentário de 80 minutos “Eglê”. A produção é uma biografia da escritora, poetisa, professora, militante comunista, tradutora, editora e fundadora do Grupo Sul, a catarinense Eglê Malheiros.

O documentário está sendo produzido em parceria com a Calêndula Filmes, e obteve recursos do Prêmio Catarinense de Cinema de 2019, do Fundo Setorial do Audiovisual, da Ancine (Agência Nacional do Cinema) e de arranjos regionais.
Ele conta com a participação da própria Eglê, que hoje com 93 anos vive em Brasília. Ela teve grande importância na construção narrativa e estética do filme, que está em fase de montagem, e traz para o momento atual a potência daquela que escreveu o argumento e o roteiro do primeiro filme de longa-metragem de Santa Catarina, “O Preço da Ilusão”, em 1957.
Outro documentário, “Grossenthal”, de 60 minutos, também será lançado pela produtora no segundo semestre de 2022. As filmagens da produção foram feitas em Arabutã, no Oeste catarinense, e trata de um grupo de dança composto por jovens filhos de agricultores alemães, que decidem contar a história da sua comunidade.
Entre situações do presente e do ado, o idioma alemão e o português, a realização da kerbfest ganha protagonismo.

Por fim, a produtora também está lançando o documentário de 25 minutos “Magnético”, que deve circular por festivais nacionais e internacionais até o final de 2022. A produção já foi exibida na Argentina e nos Estados de Minhas Gerais, Pernambuco, Rondônia e Espírito Santo.
O documentário apresenta uma narrativa que percorre o gênero fantástico, potencializando as histórias que moradores de Ipuaçu, no Oeste do Estado catarinense, contam sobre o aparecimento dos agroglifos nas plantações de trigo. Veja a sinopse:
Entre outubro e novembro os círculos aparecem. Anoitece e não tem nada. Amanhece e os desenhos estão lá, no meio do trigo. Seriam seres de outros planetas? Em “Magnético”, os seres humanos dão suas versões da história. Afinal, até que provem o contrário, eles existem.

Vale a pena conferir 2z2v1e
Apesar das tentativas de contato, algumas produtoras catarinenses não retornaram os contatos da reportagem.
Mesmo assim, seus projetos são de grande importância na contribuição do audiovisual catarinense. Confira os sites oficiais das empresas, onde você pode encontrar mais informações sobre as produção já lançadas em Santa Catarina:
- Penna Filho Produções;
- Ocean Filmes;
- Café Maestro Produções;
- Dia Estúdio;
- Animaking;
- Belli Studio;
- Ilimitada TV;
- Plural Filmes.
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Apreciar produções audiovisuais do local onde você reside faz parte da fomentação do setor cultural de seu município. Quando apoiados em grande escala, tais trabalhos tomam outras proporções, podendo ser reconhecidos até mesmo em todo o Estado, ou ainda fora do país.
Esse é o caso, por exemplo, do curta-metragem “Baile”, da produtora Novelo Filmes, comandada exclusivamente por mulheres. Dirigido por Cíntia Domit Bittar em 2019, a história conta sobre como há dias em que amadurecemos mesmo sem perceber.
A produção em live-action, que tem uma menina de 10 anos como personagem principal, foi nomeada como o melhor curta-metragem de 2020 pela Academia Brasileira de Cinema. “Baile” ainda se qualificou para o Oscar de 2021 na categoria de “Melhor Curta-Metragem”.
Apesar de não ter sido selecionado para estar de fato entre os finalistas da cerimônia, a conquista foi enorme para o audiovisual, não só brasileiro, mas também catarinense, visto que o fomento da cultura gera ainda mais benefícios para a população local.
Entre eles, por exemplo, maiores oportunidades de trabalho no setor. Atualmente em Santa Catarina, 476 agentes econômicos estão atuando na área e gerando renda para o audiovisual do Estado. O levantamento foi feito pela Ancine.
O balanço ainda mostrou que as principais cidades catarinenses que vêm despontando na produção de conteúdos são Florianópolis, ville, Blumenau e Itajaí. Em números, o audiovisual do Estado atingiu a marca de R$ 79,6 milhões arrecadados em receita apenas em 2020.
Com isso, e levando em consideração o enorme crescimento do setor nos últimos dez anos, é cada vez mais importante o consumo da cultura produzida estadualmente, para que mais histórias sobre a terra em que moramos, ou que levem o trabalho dos catarinenses para outros países, continuem sendo produzidas.