O projeto que quer proibir o naturismo na Praia do Pinho, em Balneário Camboriú, Litoral Norte de Santa Catarina, continua controverso e, para a Associação Naturista da Praia do Pinho, a proibição não é a solução para o problema de sexo ao ar livre e uso de drogas em locais afastados da praia.

Susan Galz, representante da associação, afirma que casos como o exposto pelo portal ND+, que mostram o costão da praia como um “motel ao ar livre”, são casos isolados e a “a culpa não é do naturismo”.
Ela explica que a prática do naturismo segue um Código de Ética já conhecido pelos frequentadores da praia, contra qualquer ato de conotação sexual e uso de drogas ilícitas. “Nós nos sentimos ainda mais incomodados nos casos em que situações como estas ocorrem, em um dos poucos espaços reservados para o naturismo”, afirma.
Susan afirma que a associação já protocolou pedidos para mais rondas policiais nas áreas onde estas práticas ilegais são mais comuns, como nos costões.
“Se o problema não é o naturismo, por que proibi-lo? O caso é de segurança pública, pois da área privada nós cuidamos e não há nenhum problema desse tipo”, conclui.
Abaixo-assinado 6e3i4x
A FBrN (Federação Brasileira de Naturismo) iniciou um abaixo-assinado contra a possível proibição. Até agora, já são mais de 1,3 mil s contra o projeto de lei. “É uma grande perda porque é a primeira praia naturista e que ficou conhecida mundialmente e ainda hoje atrai turistas do mundo todo para conhecer a Praia do Pinho”, afirma a federação.
Projeto quer proibir prática 194u2d
O vereador Anderson Santos (Podemos), de Balneário Camboriú, no Litoral Norte catarinense, protocolou um PLC (Projeto de Lei Complementar) que busca descaracterizar a praia do Pinho como sendo de prática de naturismo, tornando-a de amplo e livre o, sem restrição de entrada ou permanência no espaço.

No texto, o vereador justificou que “as praias de nudismo/naturismo possuem um turismo específico, assim como regramentos impolutos [regras de não poluição], contudo, não é o caso atual da Praia do Pinho”.
No PLC, Anderson Santos diz que a praia não está mais atraindo o público específico que movimentava um turismo considerável para Balneário Camboriú, sugerindo que altere a atual configuração.
Moradores denunciam “motel ao ar livre” 613q3x
O chão coberto por preservativos se tornou paisagem comum no costão da Praia do Pinho. Casais e solteiros aproveitam a privacidade dos locais mais afastados da praia para praticarem atos sexuais, contrariando a principal regra do naturismo.
“No caminho você encontra, além de pessoas sozinhas paradas na trilha, muitos pacotes de preservativos usados. Já na praia pessoas tendo relações sexuais”, disse uma testemunha que não quis se identificar.
Logo às margens da Rodovia Interpraias, ao lado Sul da Praia Central — a mais badalada da cidade — existem duas placas no portal da trilha que leva até a praia. Em uma delas, a escrita deixa evidente as regras do local: “É extremamente proibido praticar atos de caráter sexual ou obsceno, fotografar, gravar ou filmar qualquer naturista”. No entanto, isso não acontece.
Ao ND+, a Prefeitura de Balneário Camboriú disse que “existe patrulhamento da Guarda Municipal na Região Sul (da praia), mas não foi gerado nenhuma ocorrência (nos últimos dias) na Fiscalização de Posturas, nem na Secretaria de Segurança”.
Também salientou que essa região teve patrulhamento reforçado pela Guarda Municipal durante a temporada 2020/2021.
O Município orienta que em caso de flagrante de situações semelhantes, denúncias podem ser feitas para a Guarda Municipal (153) ou para a Polícia Militar (190).
Primeira praia naturista do Brasil 5h3d1r
A Praia do Pinho é conhecida nacionalmente como espaço para naturismo. Foi a primeira a regulamentar essa prática, na década de 1980, há mais de 40 anos.
O local tem cerca de 500 metros de extensão, possui mar com ondas fortes e, de acordo com os frequentadores, há privacidade, pois é cercado por costões e vegetação.