As mulheres também fazem parte do sucesso da indústria têxtil no Vale do Itajaí, consagrando-se e conquistando espaço entre as melhores do país. Adelina Hess de Souza e Johanna Hering são algumas das muitas mulheres mais lembradas por sua vida e obra neste segmento. Em mais esta reportagem do ND+, no mês em que se comemora o Dia Internacional da Mulher, você é convidado a conhecer a história delas que ousaram empreender e que muito contribuíram com o desenvolvimento de Blumenau.

Ao ajudar a família em confecções de roupas, elas entraram para a história ao garantir que as empresas crescessem e se tornassem conhecidas em todo o mundo. Suas histórias de dedicação e amor ao próximo também marcaram suas agens. Muito além da confecção, elas atuaram em causas sociais e sempre buscaram ajudar o próximo.
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Johanna Hering nasceu no dia 30 de setembro de 1867, em Hartha, na Alemanha. Ela migrou para o Brasil aos 13 anos de idade e, em seus primeiros anos, trabalhou em Blumenau com suas irmãs na empresa da família, a Companhia Hering, fundada em 1880.
Filha de Hermann e Minna Hering, ela costurava dúzias de camisetas por dia para ajudar no empreendimento da família. Aos dezoitos anos de idade, casou-se, mas terminou o relacionamento após um ano e decidiu voltar para a casa dos, tentando recuperar o controle de sua vida através do trabalho.
Johanna e sua irmã Nanny, em 1882, conquistaram uma medalha de prata em uma exposição realizada no Rio Grande do Sulm que avaliava a qualidade das camisetas costuradas.A Hering foi condecorada e elas chegaram a ocupar cargos gerenciais na fábrica durante muitos anos.
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Engajada em causas sociais, Johanna teve importante participação na construção da primeira maternidade em Blumenau. Em 1920, ela doou um terreno na Alameda Rio Branco, quase ao lado da casa enxaimel que ocupava com a irmã Nanny.
Neste terreno, foi construído a Maternidade Johannastift, em homenagem à sua benfeitora. Além de sua contribuição para a construção da maternidade, Johanna também se destacou na implementação do Teatro Frohsinn.
De acordo com a biografia de Dois Pioneiros, que conta a história da construção da Cia. Hering, Johanna morreu inesperadamente aos 83 anos de idade, sendo encontrada pela irmã Nanny, que morreu alguns momentos depois.
Johanna ficou conhecida pelo amor incondicional que possuía pelas pessoas e por sua benfeitoria com causas sociais. Ela deixou um importante legado na cidade de Blumenau.
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Adelina fundou junto com seu marido, seu Duda, a empresa que leva a junção dos dois nomes, a Dudalina, em 1957, na cidade de Luiz Alves. A indústria se tornou muito conhecida por conta das camisas sociais femininas, além de apresentar também modelos de blusas sociais masculinas e expandiu seu sucesso para outros municípios, como Blumenau.
Matriarca da família, mãe de 16 filhos, era Adelina quem istrava a empresa, que surgiu após um erro na compra de tecidos. Firme e decidida, ela construiu um empreendimento que se tornou conhecido mundo afora.
No final da década de 1950, o espírito empreendedor de Adelina levou a fundação da camisaria. Uma de suas atividades paralelas eram os patchworks, onde eram comprados restos de tecidos de outras fábricas para a confecção de peças próprias.

A empresa cresceu e chegou a se tornar a maior camisaria do país, com cinco unidades no Paraná e em Santa Catarina. As confecções eram exportadas para diversos países ao redor do mundo.
Seu trabalho árduo e sucesso não se resumiu apenas ao empreendimento. Adelina conseguiu manter sua grande família unida, com muito amor e carinho. Ela faleceu aos 82 anos no ano de 2008.

Legado de Família 2k2237
De geração para geração, Adelina teve uma filha que se dedicou para que a empresa se tornasse ainda mais grandiosa. Sônia Hess de Souza nasceu em 1959, no município de Luiz Alves e é a segunda filha mais velha entre 16 irmãos. Ela se tornou uma empresária de sucesso, foi vice-presidente do Grupo Mulheres do Brasil e é ex-presidente da camisaria Dudalina.
A filha de Adelina saiu de casa aos 17 anos, quando foi para fora do país estudar. Ao regressar, ela entrou na área de marketing da indústria.

Em 2003, Sônia assumiu o comando da Dudalina e fez com que a empresa crescesse e se destacasse ainda mais no mercado.A jornada de Sônia no empreendedorismo não foi planejada.
Ela saiu de casa ainda jovem e ou seis anos fora, onde trabalhou em muitas fábricas. “Foi uma época muito interessante para sair do seio da família e conhecer outros negócios”, comenta.
Ela voltou para a Dudalina no final de 1983 e ou a cuidar do mercado mais difícil, o das capitais. Ela foi evoluindo na empresa dentro da área de marketing e produto, até chegar à presidência da fábrica.
Em 2013, Sônia ocupou a sexta posição na revista Forbes, que elegeu as mulheres de negócio mais poderosas do país. “Não foi uma jornada organizada, foi acontecendo e eu fui me desafiando o tempo todo. Então eu acho que o empreendedor faz isso, ele se desafia o tempo todo”, enfatiza.
Assim como a mãe, Sônia destaca que o mais importante são as pessoas, que precisam ser amadas e cuidadas. Ela explica como surgiu o slogan da empresa e a importância dele.
“O mais importante de uma empresa é a equipe, são as pessoas que trabalham para você. Então o nosso slogan era ‘amor as pessoas e à camisa’, primeiro era amar as pessoas e eu acho que esses é um dos dons que tenho, cuidar de gente. Quando você cuida das pessoas você tem resultados fantásticos”, comenta.

Sônia atua em muitas áreas, sendo também fundadora e vice-presidente do Grupo Mulheres do Brasil. Em 2020, ela iniciou o Fundo Dona de Mim, com microcrédito para mulheres consideradas por ela ‘invisíveis’, pois não possuem o a crédito em outros bancos e por isso, muitas vezes, não conseguem sair do ciclo de violência por não serem autônomas.
Ela também é conselheira do Amigos do Bem, Conselho Verde Escola, Conselho Rede Mulher Empreendedora entre outros em que atua ajudando causas sociais e causas voltadas para as mulheres.
Sônia segue mantendo viva a lembrança e trabalho dos pais, principalmente o lado empreendedor de sua mãe Adelina, sempre em busca de ajudar o próximo e levar amor por onde a.