Alguma vez você já disse que não se comportaria como sua mãe, mas ou a adotar esse mesmo comportamento anos mais tarde?
O Dia das Mães é comemorado no próximo domingo (14) e, para homenageá-las, a reportagem do ND+ conversou com algumas filhas que explicaram os hábitos engraçados que tiveram com suas mães quando crianças, “julgaram”, mas que preservam até os dias atuais.

A pedagoga, Marilene Lemos, de 50 anos, primogênita de cinco filhas de Henedi Norberta Lemos, a dona Didi, de 78 anos, diz que conversa entre as irmãs e brincam: “Não quero ser como a mãe”.
Mas, inevitavelmente, elas apontam umas para as outras e dizem: “Estás parecendo a mãe”. Marilene diz que todas sabem que carregam “um pouco de nossa mãe conosco”.

Ela destaca alguns comportamentos que ela própria e as irmãs fazem igual à mãe, como falar sozinha, por exemplo.
“Corremos para ajudar, perguntamos várias vezes a mesma coisa, e até falamos sozinhas, igualzinho a ela”, se diverte.
“Dad shoes? Nunca!” 1i25z
Durante muito tempo, a jornalista de moda, Jhenifer Pollet, não entendia de onde vinha a paixão pelo assunto. A partir de uma conversa com a mãe, Giordana Martins Pollet, a dona Gi, que mora em Santo Amaro da Imperatriz, na Grande Florianópolis, ou a perceber que a moda as unia.

Segundo Jhenifer, as duas têm gostos e personalidades muito diferentes.
“Quando mais nova, eu olhava para as fotos e para o próprio guarda-roupa da minha mãe, com vários pontos de interrogação na cabeça e uma certeza: nunca iria usar uma calça baggy, ou um dad shoes (tênis com aspecto esportivo, típico dos anos 1980 e 1990)”.
Porém, de uns anos para cá, a filha ou a usar os looks da mãe que costumava odiar.
“Quando o jeans de cintura alta e mais larguinho voltou com tudo e eu lá, usando bem feliz”. Ela também comprou tênis grandes, entre outras peças que a mãe costumava vestir.
Jhenifer conta que, ano ado, quando recebeu uma visita da mãe em São Paulo, onde mora, toda roupa que vestia, a mãe dizia: “Eu tinha um igual!” ou “Gostei do mocassim, usei muito quando estava grávida de ti”.
A jornalista, que sempre teve um estilo um tanto diferente, surgiu na frente da mãe com um mocassim verde musgo, de couro, com solado tratorado.
A mãe, então falou à avó: “‘Lembra que eu tinha um igualzinho, mãe? Ainda nesse tom de verde’, e nós três gargalhamos”, conta.
A partir daí, Jhenifer Pollet percebeu então que tem mais em comum com a mãe do que pensava. “O fato da moda ser cíclica nos aproxima ainda mais, cria novas histórias, cada uma do seu jeito, no seu contexto”.
“Capaz de levar a montanha até Maomé” 1i6a2g
Nascida no município de Santa Rosa de Lima, localizado próximo aos municípios de Braço do Norte e Anitápolis, a auxiliar istrativa Roselia Loch, de 52 anos, conta que a família, que mora em Santo Amaro da Imperatriz há 50 anos, tem o “hábito” chamá-la de Dona Rosa, em referência à sua mãe Rosa Ballmann Loch, de 73 anos.
“Recebi o apelido carinhoso ‘Dona Rosa’ por herdar da minha mãe a mesma agilidade para satisfazer as vontades e resolver o que precisa ser resolvido. A agilidade da Dona Rosa é capaz de levar a montanha até Maomé e, por conta disso, o apelido pegou entre nós”, explica.
“O nome dela é Rosa. Na nossa família composta por uns 50 membros entre filhos, netos e bisnetos, todos já sabem, quando um chama o outro de Dona Rosa é porque não vai dar para esperar até segunda-feira, é para já”, se diverte.

De acordo com Roselia, o apelido pegou até na filha, Débora, de 25 anos.
“O Dona Rosa da avó ou para mim, que sou filha, e para a minha filha Débora Maria Machado, que também é uma Dona Rosa”, brinca.
Medo do escuro e a “negociação” 362g6j
A jornalista Priscila Rios, de 33 anos, natural de Uruguaiana, no Rio Grande do Sul, conta que não gostava de dormir no escuro, quando era criança.

Segundo ela, toda vez que sua mãe, Nara Rios, de 66 anos, entrava no quarto e apagava a luz, ela “negociava” alegando ver espíritos.
“Tinha medo de monstros e dizia que quando eu fosse adulta, sempre dormiria com a luz acesa”, relembra.
A mãe dizia que “no escuro você dorme melhor, o monstro só existe na sua cabeça”. Priscila Rios confessa que até hoje nunca achou monstros no escuro.
“Com o tempo, eu também parei de procurar. E o monstro na cabeça? Ah, talvez até hoje todo mundo possa ter algum”, se diverte.
Padrões de comportamento de mães para filhos 2g5l6u
Segundo a psicóloga Priscilla Vogt, há dois tipos de padrão de comportamento: a reprodução e a reparação. No primeiro, se reproduz o comportamento vivenciado dentro de casa. Já no segundo, a pessoa busca maneiras diferentes de se comportar.
Para Vogt, a reparação para buscar comportamentos diferentes “dá mais trabalho” e envolve “nível de consciência e autoconhecimento” de cada indivíduo.
Ciclo vicioso x ciclo virtuoso 4s4f3j
Ainda de acordo com Priscilla Vogt, há dois tipos de ciclos nos padrões de comportamento: o vicioso e o virtuoso. Vogt explica que o vicioso é “quando se estabelece um padrão de comportamento negativo e não consigo quebrar”, como a procrastinação, por exemplo.
Já o ciclo virtuoso é uma quebra de comportamento para gerar uma nova forma mais satisfatória de se comportar, como no caso da pessoa sedentária, que trabalha demais, sabe que precisa se cuidar melhor e consegue quebrar o ciclo ao fazer atividade física.
“A partir daí, ela começa a gostar do treino, a se alimentar melhor e ter resultados como perda de medida, peso e isso estimula com que ela faça mais exercícios físicos, estudar sobre alimentação saudável e fica mais disposta para trabalhar e ter melhores resultados. É efeito em cadeia em que uma coisa vai levando à outra”, finaliza.
Mãe Raiz ou Mãe Nutella? 1k6s2m
Para celebrar o Dia das Mães, o podcast aDiversa, da Diversa+, debate de forma descontraída os impactos das diferentes formas de maternar. Você, sua mãe, sua companheira ou alguma conhecida é Mãe Raiz ou Mãe Nutella? O tema é polêmico e divide opiniões! Ouça o episódio especial: