Quem ficou afastado dos palcos durante a pandemia da Covid-19 consegue contar com precisão o período longe do público. Apesar de o contato mais próximo ainda não ser possível, se apresentar para pessoas presencialmente ainda é uma grande emoção, talvez até maior do que antes das restrições de combate ao coronavírus entrarem em vigor. Emoção que foi sentida pelos músicos da Camerata Florianópolis esta semana em um concerto na Catedral Metropolitana, na Capital.

“É uma emoção muito grande para cada um de nós, porque foram 17 meses sem ter esse contato com o público. Teve um contato indireto, através das lives, mas não é a mesma coisa que você sentir essa energia da plateia que é o nosso combustível”, descreveu o maestro da Camerata Florianópolis, Jeferson Della Rocca.
Do lado de fora, o sentimento do público não era muito diferente. A aposentada Liliane Destre foi uma das pessoas que acompanhou a apresentação. “Eu tava morrendo de saudades de acompanhar a Camerata e eu gosto de escutar. Então, estava fazendo muita falta”.
Helena Fabri também aproveitou o concerto. “Fazia muito tempo que eu queria ver a Camerata. Eu já acompanho eles há bastante tempo e não pude perder essa oportunidade”, disse a estudante.
O reencontro não foi só com o público, mas também com a Catedral Metropolitana, onde a Camerata se apresentava todos os anos antes da pandemia. Foram dois anos e meio afastados desde o último concerto, realizado em fevereiro de 2019.
Para a produtora da Camerata Florianópolis, Maria Elita Pereira, “a Catedral faz parte da história da Camerata. Aqui nós nos apresentamos muitas vezes. Esse programa também é um programa de clássicos populares que as pessoas conhecem. São músicas clássicas que todo mundo já ouviu em algum lugar. Isso também aproxima a orquestra do seu público”.

Apenas 180 pessoas participaram do concerto. Bastava chegar uma hora antes para retirar o ingresso gratuito. Desta vez, não foi exigido teste para Covid-19 ou comprovante de vacinação, mas todos os protocolos recomendados pelo governo do Estado foram cumpridos. O público ou por medição de temperatura, usou álcool em gel, máscaras e manteve o distanciamento.
O maestro atribuiu a melhoria nos índices da Covid-19 em Santa Catarina, que possibilitou o evento, ao avanço da vacinação: “Acredito que com o andamento da vacinação, que Santa Catarina está muito bem, e os resultados do evento-teste, que foi muito bom. O que eu posso adiantar do relatório que não está pronto ainda é que não teve nenhum contaminado. Ou seja, mostrou que o protocolo que nós adotamos no evento-teste serviria para qualquer evento de pessoas sentadas usando máscara. Então, acredito que o caminho tá mais próximo agora”.
Se os números continuarem a ajudar, este será apenas o primeiro evento entre muitos outros. De acordo com Maria Elita, a Camerata “está com concertos em igrejas. A gente vai fazer também em Santo Antônio de Lisboa. Já estamos com a expectativa de que o CIC vai abrir pauta a partir de outubro (…) e pensamos que já em novembro a gente está em turnê pelo Estado”.
A expectativa soa tão leve quanto a música para o público e a orquestra. A nutricionista Maiara Moleri disse que “fica muito feliz que as coisas estão finalmente voltando ao normal, que a gente pode voltar a curtir com responsabilidade, mas também é um sinal de que as coisas estão melhorando e que aos poucos vão retornar”.
Segundo Della Rocca, “um sentiu falta do outro. A Camerata sentindo falta das pessoas que está acostumada a ver e sempre recebendo aquele carinho e vice-versa. Então, é como se fosse um reencontro de grandes amigos”.
Confira como foi o evento na reportagem do Balanço Geral Florianópolis!