Todo verão, em Florianópolis, a história se repete: as praias lotam e os ambulantes querem faturar. Para isso, investem dinheiro, participam de sorteios públicos e, depois, entram numa competição desleal com os que atuam à margem da lei.

Para combater o problema, a Prefeitura de Florianópolis entregou coletes e crachás aos ambulantes com alvará e o movimento Floripa Sustentável lançou, ontem, a campanha “Sua praia é mais legal com ambulante legal”.
O objetivo é conscientizar turistas e moradores da Ilha a consumir produtos somente dos ambulantes autorizados.
Em relação à temporada ada, além de padronizar os comerciantes com alvará, a prefeitura dobrou as vagas ofertadas, e abriu 1.300 postos de trabalho. Também investiu na fiscalização, contratando mais 60 fiscais, e deu poder de fiscalização e apreensão à Guarda Municipal.

A campanha do movimento Floripa Sustentável, desenvolvida pela agência D’Araújo, quer dar visibilidade a esse ordenamento em comerciais de TV, spots de rádio e anúncios de jornal impresso.
A veiculação deve começar em janeiro e também abrange as redes sociais das 45 entidades associadas ao Floripa Sustentável.
Conforme o coordenador do movimento Daniel Leipnitz, a teoria que motiva a organização do comércio ambulante na Capital é o das Vidraças Quebradas.

“Se temos um ambiente cuidado, com regras, as famílias vão, o lugar se valoriza e as pessoas criam sensação de pertencimento. Isso influencia na segurança pública e na qualidade do ambiente”, ressaltou Leipnitz.
Outro ponto que ele destacou foi a educação cidadã. “A base é muita comunicação, para conscientizar toda a sociedade do que é certo e o que é errado”, declarou.
O superintendente de Serviços Públicos de Florianópolis, coronel Márcio Luiz Alves, ressaltou que a fiscalização começou na formulação dos editais, com a ampliação de postos de trabalho.
As milhares de vagas contemplam 14 modalidades, aumentando as oportunidades de cadastramento. Além disso, os sorteados foram treinados. “Também fizemos um uniforme para os fiscais da Susp, para sermos vistos”, frisou o coronel.

O prefeito Topázio Neto (PSD) disse que o intuito é criar uma percepção diferente na cidade: “o que é público é de todos e não de ninguém. Quando ampliamos o número de ambulantes legais, gerando oportunidade de emprego e renda para mais pessoas, mostramos que vale a pena cumprir a ordem”, ressaltou Topázio.
Ele lembrou, ainda, que a prefeitura está liberando alvarás de um ano, renováveis por mais um, se o ambulante não receber notificações. No momento, em torno de 600 vagas seguem disponíveis.