O vírus letal “ranavirus” foi identificado em girinos provenientes de Guaramirim, no Norte catarinense. Em análise, pesquisadores constataram que os anfíbios apresentavam hemorragias externas e inchaço.
Pesquisadores identificam girinos infectados com vírus letal em Guaramirim – Foto: Germano Woehl Jr/NDO caso aconteceu na RPPN Santuário Rã-bugio, uma área protegida na cidade de Guaramirim. A ocorrência de grande mortalidade de girinos começou a ser observada em janeiro de 2024, mas voltou a ocorrer neste ano.
Por causa disso, o proprietário da RPPN e ambientalista Germano Woehl Jr relatou o problema para pesquisadores da área. Eles solicitaram amostras e orientaram a conservar os girinos encontrados mortos.
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Um grupo de pesquisadores do departamento de zoologia da UFPR (Universidade Federal do Paraná), liderado pela professora Dra. Karla Magalhães Campião, identificou a infecção da espécie.
Os girinos apresentavam hemorragias externas e inchaço, que são os principais sintomas da infecção por ranavirus. A espécie atacada é a Phyllomedusa distincta, uma perereca verde da Mata Atlântica conhecida como filomedusa, que vive na região Norte de Santa Catarina, Leste do Paraná até o Sul de São Paulo.
“Essa confirmação é preocupante, porque o ranavirus vem sendo apontado com uma das causas do declínio de anfíbios em várias regiões do mundo. E esta descoberta revela que uma espécie exclusiva (endêmica) da Mata Atlântica de ocorrência restrita a uma pequena área de SC, PR e SP é vulnerável ao ranavirus”, afirma o ambientalista Germano Woehl Jr.
Ainda de acordo com o ambientalista, as cepas do vírus permanecem na água e voltam a infectar os girinos na temporada seguinte de reprodução, como aconteceu em Guaramirim.
Na cidade, foram tomadas medidas como secar a lagoa durante dois meses e aplicar cal virgem, mas nada impediu o ranavirus de voltar neste ano.
Segundo o ambientalista, o ranavirus é letal para os anfíbios na fase de girino, mas nem todas as espécies são afetadas. É letal também para algumas espécies de répteis e peixes, como a tilápia.
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