A campanha Outubro Rosa, sobre a conscientização para o diagnóstico e prevenção do câncer de mama, também contempla os cuidados com cães e gatos.

Segundo estudos epidemiológicos realizados e divulgados principalmente por serviços de patologia e de oncologia veterinária de universidades e instituições de ensino e pesquisa nacionais, as neoplasias mamárias compõem o segundo maior tipo de tumores diagnosticados em pequenos animais, sendo o primeiro maior tipo quando se trata exclusivamente de fêmeas caninas e o terceiro maior tipo quando se trata de fêmeas felinas.
Cerca de 50% das neoplasias mamárias apresentam caráter maligno em cadelas, já em gatas, esse número pode alcançar a incrível proporcionalidade de 96%.
Ainda, grande parte dos diagnósticos são tardios, o que, consequentemente, dificulta o tratamento, esclarece uma pesquisa publicada pelo CFMV (Conselho Federal de Medicina Veterinária).
De acordo com o professor do curso de Medicina Veterinária da Faculdade Anhanguera, Régis Bergamaschi, a causa da doença envolve questões genéticas, nutricionais e hormonais, incluindo a utilização de injeções anticoncepcionais.
“É aconselhável castrar o animal de forma precoce, antes do primeiro cio em fêmeas de pequeno porte, e entre o primeiro e o segundo cio em fêmeas de porte grande, a fim de prevenir a doença e crias indesejáveis. Já em relação à aplicação de anticoncepcional injetável, popularmente conhecido por vacina anticio, não há uma dose segura – uma única aplicação predispõe à formação de tumores”, pontua.
Prevenção g2s2y
A única forma segura de prevenção do câncer de mama em pequenos animais é a esterilização. O efeito protetor conferido pela gestação em idade mais jovem observado na mulher não foi constatado em fêmeas das espécies canina e felina, desmistificando que esses animais precisam gestar pelo menos uma vez antes da castração.
“O procedimento cirúrgico de esterilização pode ser feito através da remoção do útero e ovários, a ovario-histerectomia, ou através da técnica de ovariectomia, que consiste apenas na remoção dos ovários e tem se tornado cada vez mais frequente, devido à menor possibilidade de complicações e menor tempo para sua realização”, explica o médico veterinário.
Com a retirada cirúrgica dos ovários, será interrompida a produção de estrógeno e progesterona, hormônios ovarianos que predispõem à formação de tumores.
A castração não tem o mesmo potencial preventivo para o câncer de mama em animais mais velhos, uma vez que já foram realizados diferentes ciclos estrais (série de mudanças fisiológicas que se iniciam após a maturidade sexual em fêmeas), porém, a medida é válida para outras complicações, como a infecção de útero.
Sinais clínicos 2c364s
Os sinais clínicos podem variar dependendo do caso, porém os mais comuns são: dilatação na mama, presença de nódulos, inchaços, secreção na região mamária, vômitos, falta de apetite, entre outros.
Embora com maior raridade, a doença também pode ocorrer em cães e gatos machos e o rastreamento deve acontecer em todos os pets, independentemente do gênero, a fim verificar e tratar o problema nos seus primeiros estágios.
Palpações periódicas, que podem ser feitas pelos próprios tutores, auxiliam na investigação de irregularidades, que podem indicar volumes estranhos no corpo do animal. Após o diagnóstico, o tratamento acontece por meio de cirurgias com um profissional de Medicina Veterinária.
“A visita ao médico veterinário é importante e deve estar na rotina de cuidados. O ideal é que elas aconteçam, pelo menos, a cada seis meses, quando o animal não apresenta nenhum problema de saúde. Se apresentar, o veterinário planejará com o tutor a rotina necessária de visitas”, finaliza.