O Zoológico de São Paulo recebeu dois indivíduos da espécie cachorro-vinagre (Speothos venaticus) em novembro e dezembro de 2023 para o programa de conservação da espécie, classificada como vulnerável na lista oficial das ameaçadas de extinção do Ministério de Meio Ambiente.

Rondon, o cachorro-vinagre macho que vivia no Zoológico de Brasília desde 2022, também foi levado para São Paulo. Os biólogos deixarão o casal em ambientes próximos, a fim de estimular a “paquera”. Atualmente, há apenas 11 destes animais sob cuidados humanos no país.
A fêmea, de aproximadamente 4 meses, foi localizada sozinha no entorno do Parque Natural da cidade de Porto Velho, em Rondônia. O filhote foi resgatado pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) e encaminhado ao Cetas (Centro de Animais Silvestres), onde recebeu os atendimentos e cuidados necessários.
Em seguida, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade foi acionado, por conta da vulnerabilidade da sua categoria, e iniciou as tratativas com uma associação que trabalha no manejo de bichos sob cuidados humanos. Por recomendação do programa, o Zoológico de São Paulo foi indicado para receber a fêmea.
“Assim que recebemos o contato dos profissionais do Cetas de Rondônia, nossa equipe começou a trocar informações com os colegas no sentido de obter mais informações sobre a condição de saúde do filhote e apoiá-los na conduta veterinária e nutricional, já que se trata de uma espécie que vive em grupo familiar de alta complexidade social”, explicou Mara Marques, bióloga do Zoo SP, em nota à imprensa.
“Por ser um filhote, seria difícil a sua a sobrevivência na natureza sozinho, além de apresentar uma grande interação com as pessoas. Assim que teve sua condição clínica estabilizada, o filhote embarcou para São Paulo. Atualmente, ele concluiu o período de quarentena, segue em acompanhamento da equipe de veterinários do Zoo, já ganhou peso, cresceu e está saudável”, concluiu.
Cachorro-vinagre está quase ameaçado 3222i
Segundo a instituição Onçafari, a espécie é considerada como “quase ameaçada”. “É um mamífero raro e sua conservação deve ser incentivada, pois queimadas, desmatamento e diminuição de alimento (como a paca), ameaçam a sua sobrevivência”, pontua.
As espécies tem populações fragmentadas pelo Brasil e sofre com a perda de habitat e perseguição direta, por ser acusado de predar animais domésticos. “É um animal pouco conhecido pela ciência, devido à baixa densidade populacional e a seus hábitos arredios”, pontua.
*A reportagem conta com informações do Portal R7.