Já imaginou estar no sossego da sua casa em um dia de verão e se deparar com uma cobra rastejando perto de você? Por mais assustador que isso possa parecer, devemos estar preparados para essa situação, uma vez que cobras mais ativas durante os meses mais quentes do ano. Elas saem das tocas e podem se esconder em pátios, cômodos e até em embalagens.

O biólogo de Jaraguá do Sul Gilberto Ademar Duwe, especialista em resgate de fauna silvestre e educação ambiental, explica que com base nas observações de casos, além das altas temperaturas, a facilidade em encontrar alimentos é outro motivo para que as cobras apareçam com mais frequência fora de seus habitats naturais durante o verão.
“Nas áreas urbanas há uma disponibilidade de alimento mais fácil para esses animais. Na mata eles têm mais concorrência durante a caça. Então, muitas vezes as cobras conseguem comer mais facilmente em uma casa ou em um terreno onde há roedores”, ressalta.
Também é necessário observar questões específicas do local, como desmatamento próximo às áreas de moradia, que favorecem a “visita” desses animais.
Tem uma cobra na minha casa! E agora? 2se1s
Segundo Duwe, quando uma cobra aparecer em casa ou em área urbana, o recomendado é ligar para um órgão ou especialista que faça o resgate. Então, primeiro é importante verificar no seu município qual órgão realiza esse tipo de resgate. Além disso, somente profissionais habilitados devem fazer a identificação da cobra e se ela é é venenosa ou não”, comenta.
O biólogo reforça que as espécies mais comuns em residências são as dormideiras e jararacas. As duas têm coloração semelhante e podem ser facilmente confundidas. Mas enquanto a dormideira é inofensiva e se alimenta de lesmas, a jararaca é venenosa se alimenta de animais como roedores e oferece risco.
Tobias Kunz explica algumas diferenças entre as espécies. “Algumas características que podem ser observadas são a fosseta loreal, uma abertura entre os olhos e as narinas presente nas jararacas e ausente nas dormideiras. Outra diferença está nas escamas, que são quilhadas e dão um aspecto áspero às jararacas. Já as dormideiras são lisas. As dormideiras também apresentam nove placas (escamas) grandes no topo da cabeça, enquanto as jararacas são cobertas por inúmeras escamas muito pequenas”, explica.
Como manter as cobras longe de casa?
As dormideiras são comuns em hortas e locais com lesmas e minhocas, no entanto, por não terem veneno são inofensivas. Já para manter longe de casa as jararacas, que são peçonhentas, Duwe dá algumas dicas.
“Para evitar o aparecimento de jararacas o ideal é fazer o controle de roedores. Manter o terreno limpo também é importante, mas isso não afasta as cobras, apenas nos ajuda a vê-las mais facilmente”, finaliza.
Quem acionar ao avistar uma cobra? 273l4u
Caso encontre uma cobra em casa ou um ambiente urbano, a orientação é entrar em contato com o CBMSC (Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina), com a Polícia Militar ambiental e, em alguns casos, com o IMA (Instituto do Meio Ambiente).
O atendimento do IMA para animais silvestres se restringe a casos de animais feridos, doentes ou filhotes sem os pais. O contato deve ser feito via Whatsapp. O número também está disponível para orientações e encaminhamentos em casos de animais que apareçam em áreas urbanas.
As orientações do Corpo de Bombeiros são: mantenha a calma, tente fazer uma imagem do animal para identificação da espécie, se possível, e aguarde a chegada da equipe mantendo uma distância de segurança do animal.
Como agir em caso de picada de cobra? 5g6e6j
- Lave o local com água e sabão;
- Mantenha a vítima em repouso absoluto (não a faça caminhar, correr e etc);
- Remova anéis, pulseiras, braceletes e outros adornos;
- Se a vítima estiver consciente, ofereça água para beber;
- Eleve o local afetado;
- Leve a vítima ao pronto-socorro imediatamente;
- Se possível, fotografe o animal para identificação;
- Assim que possível, ligue para o Centro de Informações Toxicológica.
O que não se deve fazer em caso de picada por cobra? 6s1y5s
- Não amarre o membro ou faça torniquete;
- Não corte o local da picada;
- Não chupe o local da picada;
- Não coloque substâncias no local da picada.
Em caso de dúvida, entre em contato com o Centro de Informações Toxicológicas de Santa Catarina.