Especialistas alertam para um aumento de caça furtiva durante a pandemia e dizem que a prática pode pôr gorilas em extinção. Restam apenas cerca de mil gorilas-das-montanhas na Terra, e mais da metade dessa espécie vive em Uganda, na África.

“Para essa espécie de gorila, além do risco causado pela caça furtiva, há o risco adicional de transmissão do novo coronavírus, que pode ser catastrófico. Pode ser a causa da morte deles”, disse Craig Sholley, conservacionista conhecida por seu trabalho com gorilas e vice-presidente da African Wildlife Foundation, ao jornal The Independent.
Os principais cientistas alertam que a introdução do novo vírus nos gorilas-das-montanhas pode levá-los à beira da extinção.
Uma pesquisa em 2008 revelou a primeira evidência de transmissão de vírus de humanos para macacos selvagens, o que indica que eles podem pegar doenças respiratórias das pessoas.
A doutora Gladys Kalema-Zikusoka, fundadora da Conservação pela Saúde Pública, acredita que que o maior perigo para os macacos em Uganda é que caçadores com Covid-19 se aproximem deles.
“Já houve dois estudos dizendo que os primatas têm exatamente os mesmos receptores de proteína que os humanos aos quais o vírus se liga”, completou.
Uma campanha pra pedir esforço internacional para compater o comércio ilegal de animais selvagens foi lançada pela acionista Evgeny Lebedev.
A Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura)já forneceu apoio de emergência aos guardas florestais do parque, ajudando a monitorar os gorilas para garantir uma resposta rápida a qualquer possível surto de vírus, além de apoiar patrulhas prolongadas para impedir caçadores.
Novas medidas obrigatórias também foram introduzidas para proteger os animais do vírus.
Com informações do jornal The Independent.