Com a chegada do verão em Santa Catarina, a expectativa de dias ensolarados e temperaturas elevadas é recebida com entusiasmo pela população local. No entanto, esse período também traz consigo um alerta importante: o aumento do risco de acidentes com animais peçonhentos, em especial o escorpião venenoso, devido o calor e à elevação da umidade.

As condições climáticas favoráveis proporcionam o cenário ideal para a reprodução e atividade desses animais, resultando em um aumento significativo de ocorrências durante o verão.
Taciana Seeman, bióloga do CIATox/UFSC (Centro de Informação e Assistência Toxicológica da Universidade Federal de Santa Catarina), destaca que os escorpiões peçonhentos no Estado pertencem ao gênero Tityus.
As espécies mais preocupantes são o Tityus costatus (escorpião manchado), Tityus banhiensis (conhecidos como escorpiões marrons) e o Tityus serrulatus (escorpião-amarelo), identificáveis pelo segundo espinho abaixo do ferrão.

Embora o escorpião-amarelo não seja endêmico em Santa Catarina, sua capacidade de adaptação e reprodução permite sua presença em diversas regiões do país. Esses aracnídeos têm hábitos noturnos, escondendo-se durante o dia em locais como pedras, troncos podres e entulhos.
Sem peçonha 1z4i4k
Além dos escorpiões venenosos, existe o não peçonhento. Conhecidos como escorpiões-pretos, do gênero Bothriurus, estão presentes em Santa Catarina e podem ser identificados pela coloração mais escura e brilhante, sendo inofensivos aos humanos.
Riscos do escorpião venenoso 592j3t
O escorpião-amarelo é o mais perigoso de Santa Catarina. O temor se justifica porque ele segue sendo também o mais venenoso.

Duas ou três horas após o ataque, a vítima pode apresentar sintomas como diarreia, arritmia cardíaca e confusão mental. Se houver dificuldades respiratórias, essas podem evoluir para o acúmulo de fluido nos pulmões e levar ao óbito.
O manchado e o marrom não representam o mesmo risco do escorpião amarelo. Eles podem causar ferimentos doloridos, mas sem tanta peçonha.
Primeiros-socorros: 723p4f
Em caso de encontro com um escorpião venenoso, a orientação é entrar em contato imediatamente com a vigilância epidemiológica do município. Em caso de picada, é crucial lavar o local com água e sabão e encaminhar a vítima ao hospital ou posto de saúde mais próximo, levando preferencialmente o escorpião junto, conforme explica Taciana Seemann.

Confira os sintomas:
- Dor na região picada
- Febre
- Inchaço
- Ataca o sistema nervoso periférico
- Há agravamento em pessoas que têm alergia.
Uso de veneno e prevenção: 476830
Taciana alerta que o uso de veneno não é eficaz no combate aos escorpiões, podendo, inclusive, aumentar a população desses animais. O revestimento de quitina torna os escorpiões impermeáveis ao veneno, e o seu uso pode resultar na dispersão dos focos.
Escorpiões têm grande reprodução e algumas espécies podem ter até 95 filhotes – Vídeo: Jackson Preuss/Divulgação/ND
Para prevenir infestações, a bióloga recomenda manter ambientes e terrenos limpos, sem entulhos ou restos de construção, e com o lixo devidamente acondicionado.
Medidas como vedar soleiras de portas, fechar ralos, sacudir calçados e roupas antes do uso, e utilizar EPIs (Equipamentos de Proteção Individual), como luvas de raspa de couro e sapatos fechados, são eficazes no controle desses animais.