Você já se perguntou como eram os dinossauros que viviam em Santa Catarina? Nós já, e, pasme, as evidências têm intrigado os cientistas do Estado para descobrir onde nossos antigos habitantes moravam na imensidão catarinense.

As evidências continuam “às escondidas” em Santa Catarina, isso porque aqui não há registros de fósseis dos animais, mas, há registros de pegadas. Assim, os cientistas fizeram uma reconstituição, de como eram os animais que viviam no Estado.
De acordo com o paleontólogo Luiz Carlos Weinschutz, que é coordenador do Centro de Pesquisa Paleontológica da Universidade do Contestado, para falarmos sobre os animais em solo catarinense é preciso se atentar a alguns detalhes.
“Os dinossauros existiram desde 230 milhões até 65 milhões atrás quando foram extintos, esse tempo é conhecido como Mesozóico, que é dividido em três Períodos; Triássico, Jurássico e Cretáceo. No Brasil já temos mais de 60 espécies de dinossauros descritas, principalmente do Triássico (no Rio Grande do Sul) e do Cretáceo (Nordeste, SP, MG e PR), do Jurássico apenas duas espécies”, explica.
As pegadas de dinossauros 1z714
“E em Santa Catarina? Infelizmente ainda não encontramos ossos fossilizados de dinossauros, mas já encontramos algumas pegadas, que também são consideradas fósseis (um tipo especial denominado icnofóssil), principalmente no litoral sul do estado”, fala o paleontólogo.

Então os dinossauros não viveram por aqui? De acordo com Weinschutz sim, eles viveram e com certeza muitas espécies diferentes e interessantes ocuparam nosso território. O problema é que toda a dinâmica de transformação da Terra “apagou” muito dessas informações, por exemplo, não temos mais registros de rochas do período triássico e nem do cretáceo em Santa Catarina, apenas temos ocorrência do Jurássico.
“Temos outra situação, no Jurássico Santa Catarina, que era quase que o centro de um grande deserto que ocupava boa parte do que hoje é o sul e sudeste do Brasil, e norte da Argentina e Uruguai (se estendendo para a África), portanto, não era o melhor lugar do mundo para os dinossauros ocuparem, mas mesmo assim eles estavam por aqui, temos as pegadas para comprovar”, conta.
O paleontólogo explica ainda que é questão de tempo para encontrarmos uma espécie nova em nosso Estado. Mas, por enquanto, sabemos que estas pegadas são de dinossauros terópodes (que andavam em duas patas), não muito grande (+/-1,7m), e provavelmente do grupo Carnosauria.
“Temos certeza que eles estiveram por aqui, mas não são os dinos do cinema, T-rex, Velociraptor, tricerapto nunca estiveram por aqui, pois esses são dinossauros do Hemisfério Norte. O legal, é o que poucos sabem é que o berço dos dinossauros foi o que é hoje a América do Sul, os primeiros dinossauros do planeta são Argentinos e Brasileiros”, descreve orgulhoso.
Não só de dinossauros se vive 3e6f5j
O pesquisador explica ainda que não é só de dinossauros que vive a paleontologia. Santa Catarina é muito rica em fósseis de outros tempos geológicos. É aqui no Estado que temos baratas fósseis de 300 milhões de anos, tão bem preservadas que pesquisadores de outros países vêm aqui conhecê-las, além de conchas, anfíbios, peixes e plantas, por exemplo.

“Temos alguns parques de dinossauros no Estado, que são locais de entretenimento, e acabam ajudando na disseminação do conhecimento, assim como vários museus, como o Museu da Terra e da Vida- CENPALEO/UNC, em Mafra, considerado o maior museu de História Natural com ênfase na Paleontologia de Santa Catarina e um dos mais importantes do país”, finaliza.